sábado, 24 de outubro de 2009

Apito final

Durante os últimos 20 meses e graças a mais de 100 posts, foi possível recordar o Estádio Primeiro de Maio cheio, o Boavista a bater o pé aos grandes, Ernesto Paulo ou Marinho Peres a orientar equipas portuguesas ou as análises transpirando literatura de Gabriel Alves. O blogue foi também alimentado com a fuga, dentro do possível, ao óbvio: os 6-3 do Benfica em Alvalade, os 3-2 do Porto em Milão ou a goleada sofrida pelo Benfica em Vigo.

O Nacional Maior chega hoje ao fim. Optei por encerrar o blogue dada a minha disponibilidade actualmente já não ser a mesma em comparação com o período em que foi criado, mas também porque começava a ser difícil encontrar muito mais material para alimentar uma produção contínua de posts.

Deixo o meu agradecimento a todos quantos passavam regularmente por este blogue e aqui tiveram possibilidade de recordar alguns momentos da década de 90 do futebol luso.

1992/93 - Final da Taça de Portugal - Benfica 5 - Boavista 2



Uma das melhores equipas que o Benfica apresentou durante a década de 90, em 1992/93, ficava pela segunda época consecutiva arredada do título. Em 93, a consolação veio na forma de uma Taça de Portugal conquistada ante o Boavista, numa das melhores finais que a competição conheceu nas últimas décadas. Paulo Futre fazia então o seu último jogo com a camisola encarnada, terminando da melhor forma a meia época que fez no Benfica, tendo os restantes golos sido marcados por Vítor Paneira, João Vieira Pinto e Rui Águas. Do lado do Boavista, de pouco serviram os golos de Jorge Couto e Tavares.

O que seguiu a esta festa é conhecido: o famoso Verão Quente de 93, as saídas de Paulo Sousa e Pacheco para o Sporting, os problemas financeiros do clube, o descobrir a negociata com a RTP que viabilizou a vinda de Futre. Boavista e Benfica seguiram caminhos diferentes a partir: o Benfica ainda seria campeão no ano seguinte e seguiria em declínio nos anos seguintes, ao passo que o Boavista consolidava o estatuto de quarto grande, um percurso que culminaria com o título de campeão, no início do Séc.XXI.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

1995/96 - Salgueiros 0 - Porto 4



Durante boa parte dos anos 90, era relativamente comum ver a mesma equipa perder com o Porto ao mesmo tempo que conseguia inevitavelmente bons resultados perante os outros grandes. Duas teses obviamente vinham à liça, dependendo obviamente da cor clubística de quem as proferia: estas equipas estavam sob o raio de influência do poder portista a quem facilitavam resultados e comiam a relva para dificultar a vida aos adversários directos ou , pelo contrário, tais resultados constituíam prova inequívoca da capacidade do Futebol Clube do Porto. Verdade ou não, o Salgueiros era um dos clubes apontados como pertencendo ao grupo daqueles de quem não se conheciam exibições brilhantes ante o Porto, como atesta esta derrota caseira por 4 - 0. Dois golos de Domingos, um de Lipcsei e outro de Edmilson fizeram o resultado.

domingo, 11 de outubro de 2009

1993/94 - Benfica 2 - Sporting 1




Não será arriscado dizer que o dérbi lisboeta, no qual o Benfica venceu o Sporting por 2-1, trouxe ao de cima alguns clichês mais ou menos associados ao Benfica por esta altura. A começar pelo golo do Sporting, marcado por Figo, e que, não obstante o mérito daquele que anos mais tarde seria considerado o melhor jogador do planeta, teve a colaboração de Neno, tão conhecido pelas fífias dadas quando saía nos postes como pelo talento para canções românticas. Depois, os dois golos do Benfica: o primeiro de Iuran, jogador que não era um prodígio de técnica mas que compensava a sua ausência com o factor força - um pontapé bem forte mas sem ter sido devidamente colocado, que por falha do guarda-redes, acabou por entrar - , e o segundo golo, apontado por Isaías, que acertou de fora da área um dos seus potentes remates, recorrendo a uma técnica de preparação de remates que mais tarde viria a usar ao serviço da selecção portuguesa de futebol de praia. E, já que falamos em clichês, Costinha não ficou bem na fotografia em nenhum dos golos. Este não foi um jogo feliz para dois guardas-redes que, embora com algumas épocas ao serviço de clubes grandes, não terão deixado muitas saudades junto dos adeptos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

1992/93 - Sporting de Braga 2 - Marítimo 1



11 foram as épocas em que Zé Nuno Azevedo ocupou o lugar de lateral-direito no Sporting de Braga. Uma saga que começou precisamente em 1992/93, após transferência do Gil Vicente. Sendo certo que o Braga não tinha os pergaminhos no futebol português que adviriam na década seguinte, é legítimo questionar se a eficácia deste jogador não mereceria ser premiada com vôos mais altos, como sucedeu, por exemplo, com Bilro. Considerações à parte, seria o próprio Zé Nuno Azevedo a inaugurar o marcador perante o Marítimo, numa jogada que deu para se isolar, fintar o adversário, tropeçar e concretizar. A reposta do Marítimo chegou por Ademir e o resultado ficou selado com golo de Chiquinho Carlos. Pelo meio, nem "a carne toda no assador" posta por Paulo Autuori chegou para inverter o resultado.