terça-feira, 28 de outubro de 2008

1998/99 - Boavista 2 - Sporting 2


Vídeo de utilizador TodosNoTube

Este jogo é um bom documento do que era o Boavista na transição do milénio: futebol rápido e raçudo, pancada nos limites das leis do jogo, adeptos vibrantes (veja-se o artista agarrado à rede por volta do 01'55'') e confusão nas bancadas. Do outro lado, o Sporting sem conseguir fazer de um punhado de bons jogadores uma grande equipa. Resultado final, um empate a dois golos. Os anfitriões marcaram por Timofte e Jorge Couto. Pelo Sporting, marcaram Simão Sabrosa (longe ainda de imaginar que anos mais tarde seria ídolo no clube rival) e Iordanov. Pelo meio, a expulsão da praxe: Litos.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Final Mundial de Juniores 1991 - Entrevista a Rui Costa e Brassard



Face ao bom impacto que tiveram os penáltis da final lusa do Mundial de Juniores, colocados aquando do fim da carreira de Rui Costa, volto ao assunto. Em causa aquilo que hoje se poderia chamar uma espécie de flash interview, conduzido por Rodrigo Guedes de Carvalho, que há 17 anos tinha semelhanças bastante óbvias com o guarda-redes Hilário. Nesta entrevista, a abordagem mais a frio ao jogo, com os calejados nestas coisas das selecções jovens Brassard e Rui Costa. Atente-se em todo o historial destas promessas, nomeadamente a referência a competições sub-16. Nesta altura, Brassard seria talvez um novo Bento e esperava-se que Rui Costa se tornasse realmente Rui Costa. O primeiro ficou a meio caminho de uma grande carreira e, quanto ao segundo, a história é conhecida.

domingo, 19 de outubro de 2008

1992/93 - Marítimo 0 - Porto 1



É também com vitórias já nos descontos que se ganham campeonatos. Foi o que sucedeu no Estádio dos Barreiros. De visita a um Marítimo cujo equipamento fazia um pendant perfeito com a cor do relvado, o Porto acabou por sair vencedor com um golo já depois dos 90 minutos. O autor do golo foi Toni, promessa do futebol português no início da década de 90, que já constou aqui neste blogue enquanto referência do Sporting de Braga nesta mesma época. Acontece que Toni espalhou magia nos relvados ao serviço do Braga e do Porto na mesma época, tendo sido decisivo nalguns jogos ao serviço de ambos os emblemas.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

1992/93 - Vitória de Guimarães 1 - Gil Vicente 2



A temporada 1992/93 não foi particularmente feliz para o Vitória de Guimarães. Não obstante ter nas suas fileiras alguns nomes de relevo no futebol luso na década de 90 - Ziad, Paulo Bento, Dimas ou Pedro Barbosa - o que é certo é que estava reservada uma 11ª posição, pouco acima da linha de água.

Neste jogo, a equipa estava obrigada a ganhar, mesmo sabendo que do outro lado figuravam outros mitos do nosso Nacional Maior. Antes do jogo, Marinho Peres estava à beira do abismo. Cacioli e Drulovic, com a devida ajuda das fífias do guarda-redes Jesus, derram o empurrãozinho de que Marinho precisava para ser posto de fora do comando vimaranense. Não sem antes Pimenta Machado ter ido ao balneário no intervalo do jogo falar com a equipa. Ultimato (segundo o treinador) ou incentivo (de acordo com o Presidente)? Um daqueles mistérios que compõem o baú das memórias da década de 90 e que justificam a existência deste blogue e mais um episódio desse longo livro dessa grande instituição chamada "chicotada psicológica". O avançado Lima, de passagem por Guimarães entre o Sporting e o Atlético, ainda acalentou esperanças de que os dois pontos não fossem para Barcelos. Mas não passou disso, de esperanças.

sábado, 11 de outubro de 2008

Qualificação Euro 96: Portugal 1 - Áustria 0



A Selecção Nacional de futebol é a prova de que a década de 90 foi essencialmente marcada por viragens relevantes no desporto-rei nacional. De facto, essa mesma década começava com os portugueses a festejarem uma vitória em 1991 no mundial de juniores caseiro e vi esses mesmos heróis a sucumbir à França numa épica meia-final do Euro 2000. Pelo meio, o aproveitar da experiência de um Futre, João Pinto ou Rui Barros para integrar Rui Costa, Figo ou Paulo Sousa.

No entanto, houve pequenos tiques que foram durando, como aquele que restringia o uso de pontas-de-lança na Selecção. Não sei se por falta de oferta de reais jogadores de área - e basta dizer que, em meados da década, Paulo Alves foi o jogador que mais se aproximou desse conceito - ou por velhas teorias tácticas, ficava a sensação de que era melhor ter muita técnica e muito jogo bonito, mas sem a devida concretização. Por isso não espanta ver Sá Pinto ou João Pinto a lutar contra poderosos centrais contrários. Foi o que sucedeu neste Portugal-Áustria na qualificação para o Euro 96, em que o golo foi marcado por Figo a passe do segundo avançado Sá Pinto após simulação digna de figurar nos manuais. Note-se que João Pinto anda lá pela área, provavelmente era ele o ponta-de-lança...

domingo, 5 de outubro de 2008

1996/97 - Sporting de Braga 1 - Sporting 0



A discussão em torno dos guarda-redes fez parte de toda a década de 90 do Sporting. Reza a história que tudo acabou em bem com a contratação de Peter Schmeichel em 1999, tendo o Sporting conseguido ser campeão no final dessa mesma década. Filip de Wilde vinha bem credenciado pelo seu compatriota Robert Waseige, visando a substituição de Costinha, o que não impediu fífias como a deste jogo contra o Braga. Uma má saída, típica de um guarda-redes inexperiente, deu a Toni a possibilidade de marcar o único golo dos arsenalistas. De reparar que nas bancadas até são agitadas bandeiras do Benfica.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

1992/93 - Rio Ave 1 - Benfica 3



Dezasseis-avos da Taça de Portugal. O Rio Ave, equipa que então militava na Liga de Honra - embora contasse nas suas fileiras com elementos relevantes do futebol luso na década de 90, como Barroso, Miguel Barros ou o futuro treinador Carlos Brito - recebia o Benfica. A festa da Taça com o estádio cheio para ver o jogo. O Benfica não arriscou e pôs quase todos os titulares e o ter jogado pelo seguro produziu frutos: três golos marcados por Kulkov, Hélder e Vítor Paneira. Do outro lado, Gama faria o golo de honra numa jogada individual que combina força e técnica e onde Paulo Madeira e Fernando Mendes fazem quase o papel de figurantes.

No fim da peça, Jesualdo Ferreira comenta o jogo de forma educada e tranquila. Há 15 anos era treinador-adjunto de Toni, algo que fez durante vários anos e em mais que um clube. O estilo enraizimado que hoje parece assumir em conferências de imprensa veio com o tempo.