domingo, 27 de abril de 2008

1994/95 - Benfica 1 - Porto 1





O Benfica - Porto de 1994/95 reúne uma série de elementos importantes que merecem aqui ser destacados: o facto de ter sido o reencontro de Iuran e Kulkov enquanto dragões com o seu antigo clube, o primeiro clássico a contar para o campeonato de Artur Jorge com o clube o Porto (quaisquer teses conspiratórias relacionadas com a ida de Artur Jorge para o Benfica merecem ser analisadas, mas ficarão para mais tarde) ou as três expulsões fruto de uma rivalidade que passava também pela pancada que se afligia aos adversários.

O Porto marcou primeiro. Ironia das ironias, por Iuran, jogador que marcou alguns golos na Luz, mas com a camisola do Benfica. O Benfica restabeleceu a igualdade, fruto de um longínquo tiro certeiro de Isaías. Pelo meio, as escaramuças habituais,com três expulsões, uma boa memória das batalhas que muitos clássicos entre Benfica e Porto proporcionaram. No Porto, os expulsos foram Iuran e Paulinho Santos, figura cimeira da violência perpetrada nestas partidas, com os duelos com João Pinto à cabeça, mas passando por Juskowiak. No Benfica, Hélder acabou o jogo mais cedo. O Porto teve mais expulsões que o Porto, o que suscitou a indignação do adjunto Augusto Inácio.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

1992/93 - Odivelas 1 - Salgueiros 0





Retorno à época 1992/93, mas recordando a Taça de Portugal. E não há melhor forma de evocar esta prova do que citar os tomba-gigantes que, invariavelmente, aparecem em todas as edições. Caso do Odivelas, que eliminou o Salgueiros. Este resumo vale quase como um retrato sociológico sobre a forma como os subúrbios lisboetas viviam os clubes das suas freguesias, com gente a assistir ao jogo em telhados de prédios, que decorriam em terra batida, com bancadas apinhadas de público. O Salgueiros seria batido graças a um golo de Paulo Vida, que iniciava no Odivelas a sua carreira de futebolista, que o levaria a quase 15 clubes diferentes, dois deles em França, numa regularidade extraordinária, já que andou boa parte da carreira em clubes do meio da tabela ou do grupo dos "aflitos".

domingo, 20 de abril de 2008

1999/00 - Porto 1 - Hertha de Berlim 0



Vídeo do utilizador jhbfuyvyt

Um golo solitário de Drulovic permitu ao Porto derrotar o Hertha de Berlim - onde pontificava um iraniano de bigode, que jogava no ataque, de nome Ali Daei - , em jogo da segunda fase de grupos da Champions League. Curiosamente, nesta edição da Champions League, o Porto seria eliminado por outra equipa alemã nos quartos-de-final, precisamente o Bayern de Munique.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

1992/93 - Boavista 1 - Vitória de Guimarães 3





Após mês e meio de actividade, primeira abordagem a jogos entre rivais. Não entre os três grandes, mas entre duas equipas que reclamam o estatuto de quatro maior equipa nacional, apesar de nos últimos anos andarem um pouco distantes uma da outra na tabela classificativa. O jogo desenrolou-se num ambiente bastante chuvoso, o que provocou situações caricatas, como bolas que ficam a meio caminho devido ao terreno empapado, a impossibilidade de ver algumas repetições em condições ou os deslizes pela relva aquando dos carrinhos.

O Vitória de Guimarães abriu o marcador por Tanta, defesa central brasileiro que marcou os aos 90 no clube. O Boavista respondeu, com um golo de Artur, jogador que veria mais tarde um remate ser parado pela lama. Um penálti, originado por um carrinho que foi longe demais devido à chuva, permitiu a Paulo Bento restabelecer a vantagem: 1-2 ao intervalo. Na segunda parte, uma falha de Alfredo permitiu a Dane fazer um chapéu ao guarda-redes oriundo das Caxinas. A raiva de um adepto boavisteiro mais afoito fez com que Marinho Peres tivesse necessidade de ser assistido, já que esse mesmo adepto atingiu o treinador vimaranense com um chapéu-de-chuva, que já havia servido para furar o banco de suplentes.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

1998/99 - Sporting 0 - Vitória de Setúbal 0





Naquele que seria o último ano de jejum de campeonatos em Alvalade, lá persistiam alguns dos erros que proporcionaram tão prolongado jejum, nomeadamente um treinador de qualidade duvidosa e as famosas crises de confiança. E foi num cenário de falta de confiança da equipa e dos adeptos que a equipa defrontou o Vitória de Setúbal, que terá montado uma táctica "pré-histórica", de acordo com o jornalista, com 9 na retranca e fé em Chiquinho Conde, curiosamente um atleta de Cristo. De todo este cenário de falta de inspiração leonina e de falta de arrojo dos sadinos, resultou um sensaborão 0-0, tendo os protagonistas sido o guarda-redes do Setúbal Marco Tábuas e Rui Jorge, expulso já no final do jogo.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

1992/93 - Gil Vicente 1 - Benfica 1



Não é injusto dizer que o Gil Vicente foi uma das equipas que marcou os anos 90 no futebol luso. As reduzidas dimensões do seu campo, que complicavam muito a vida aos adversários, e alguns nomes que se consagraram no desporto-rei nacional ajudam a conferir esse selo de qualidade e de saudade à equipa de Barcelos. Pegando apenas nas figuras da temporada 92/93, basta citar nomes como Cacioli (o Lombardo do campeonato nacional que já havia passeado classe por Famalicão e Braga e que acabaria a carreira já nos 40 anos nos distritais do Porto), Tuck (que dividiu milimetricamente a sua carreira entre o Gil Vicente e o Belenenses), Makopoloka Mangonga, e dois quebra-cabeças para as defesas contrárias, que protagonizavam na altura uma fugaz passagem por Barcelos: Marcelo e Ljubinko Drulovic.

Seria o próprio Drulovic, um reforço oriundo do FK Radnicki Jugopetrol Beograd, que se revelaria a mais perigosa seta gilista apontada à baliza do Benfica, clube que representaria 10 anos depois, mas sem o epíteto de seta, logicamente. Ao início do jogo, um golo marcado pelo sérvio fez as gentes de Barcelos vibrar de alegria. O Benfica só empataria o jogo na segunda parte, por Fernando Mendes, entrado ao intervalo, jogador que veria um golo anulado por suposto fora-de-jogo, uma decisão que o jornalista afiança ter sido correcta, apesar de não ter qualquer imagem que o possa assegurar.

Numa altura em que temos estádios topo de gama, não deixa de ter a sua piada ver a imagem do jogo perturbada por uns pequenos pilares na bancada, uma pequena imagem de marca do futebol luso que também se via noutros pontos do país.

terça-feira, 8 de abril de 2008

1992/93 - Belenenses 4 - Paços de Ferreira 1



Em mais uma soalheira tarde para os lados de Belém, os orientados de Abel Braga resolveram rapidamente a questão contra o Paços de Ferreira. Três golos em meia-hora. O primeiro marcado num livre, por Guto. O segundo marcado por Mauro Airez e o terceiro marcado por Gonçalves. Pelo meio, um penálti mal marcado, imediatamente a seguir à não marcação de um penálti que o deveria ter sido. Saber reconhecer o erro e dar a mão à palmatória é meritório, terá pensado o árbitro, homónimo do autarca da Covilhã. Depois de estar a ganhar por 3-0, a equipa de Belém abrandou, o que parece surpreender o jornalista que fez a reportagem. Não sou especialista em futebol, mas acho que o facto de estar a ganhar por três golos de vantagem ajuda a explicar a diminuição de intensidade. Bom, o que interessa é que o Paços de Ferreira aproveitou e reduziu para 3-1, pela então jovem esperança Tulipa. O resultado ficou fechado já na segunda parte, após Gonçalves ter bisado.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

1998/99 - Académica 2 - Boavista 3

Vídeo de utilizador TodosNoTube


Começava a desenhar-se, no final da década de 90, aquele que viria a ser chamado de "Boavistão", com o tal salto qualitativo que permitia à equipa passar do grupo dos "Europeus", para se intrometer no terreno dos três Grandes, ganhando fama pela forma aguerrida como jogavam, mas também por alguma pancada afligida aos adversários. Na temporada 1998/99, acabaram em segundo lugar, o que constituiu um aperitivo para o título que se seguiria, duas épocas depois.

Em Coimbra, contra a Académica - equipa que acabaria despromovida no final da época, quem sabe por punição pela publicidade enganosa relativa à "fama de equipa de estudantes", a não ser que atletas como Mounir, Abazaj ou Walber andassem por Coimbra a fazer as suas licenciaturas - o Boavista até começou a perder. Mickey, qual protagonista de filme de animação, abriu as hostilidades e marcou o 1-0. Mas eis que um tiro na gaveta de Timofte, já na segunda parte, repõe a igualdade, seguindo-se um golo de Ayew, ainda que em fora de jogo. Os "estudantes" ainda tiveram arte e engenho para empatar o jogo a dois golos, através de Gaúcho. Mas seriam os axadrezados a levar para casa a vitória, com uma recarga de Rogério após um livre apontado por Sanchez.