sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

1994/95 - Vitória de Setúbal 2 - Porto 3



O título de campeão do Porto em 1994/95 foi conseguido à custa de alguns resultados bem sofridos, como esta reviravolta no Estádio do Bonfim. O Vitória de Setúbal até esteve por duas vezes em vantagem - à conta de golos de Filgueira e Paulo Gomes - mas o Porto conseguiu mesmo sair de Setúbal com uma vitória. O golo que estabeleceu o 1-1 foi marcado graças ao pontapé-canhão de Kulkov, Rui Barros marcou o golo do 2-2, tendo o golo da vitória sido apontado por Emerson, um médio brasileiro que começou a carreira em Portugal no Belenenses e que acabaria por pegar de estaca no Porto.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

1992/93 - Estoril 2 - Sporting 2



Se houve jogos dramáticos no António Coimbra da Mota, este jogo em que o Estoril recebeu o Sporting foi um deles. Num jogo em que os golos foram apontados em exclusivo por jogadores búlgaros, o Estoril conseguiu mesmo ir para o intervalo a ganhar por 2-0, com dois golos de Mladenov, jogador que fazia então a sua penúltima temporada enquanto futebolista. Um resultado deste tipo ao intervalo dava legítimas esperanças aos estorilistas de ganharem o jogo, mas dois penáltis convertidos por Balakov, um deles já depois dos 90 minutos e motivado por uma falta inexistente, deram ao Sporting o alívio de não saírem derrotados do Estoril.

No final, Sousa Cintra nem falou dos casos de arbitragem, limitando-se a falar na falta de "estrelinha" (mas haveria maior estrelinha do que esta?...), ao passo que Fernando Santos lançava críticas ao árbitro, citando o penálti que deu o empate e a expulsão de Borreicho, também ela capaz de gerar muitas dúvidas. Note-se que, apesar de ainda possuir um muito português bigode, o então jovem treinador Fernando Santos não se coibía de usar a sua típica expressão "Na realidade".

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

1994/95 - União da Madeira 0 - Benfica 2



A temporada de 1994/95 representou um momento de viragem para o Benfica no pior dos sentidos. Com a chegada de Artur Jorge, começou a desmembrar-se uma equipa campeã, tendo esta temporada constituído a primeira parte da política de terra queimada de Artur Jorge no plantel da Luz. No entanto, chegaram alguns nomes que davam esperança à massa associativa benfiquista na revalidação do título e o mais sonante desses nomes era Claudio Caniggia, vindo da Roma por empréstimo no âmbito desse sui generis acordo de patrocínio da Parmalat ao Benfica durante a presidência de Manuel Damásio. Esta visita ao União da Madeira constituiu a estreia do craque argentino pelo Benfica e o golo, ainda que de penálti, foi considerado uma espécie de pequena amostra do que viria a ser a sua passagem pela Luz, que obviamente acabaria por constituir um flop face às expectativas criadas. Contra os insulares, apenas com um português na equipa, o outro golo do Benfica foi apontado por Isaías, um golo de fora da área como era seu apanágio.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

1992/93 - Boavista 2 - Marítimo 1



Na recepção ao Marítimo, o brasileiro Artur - certamente um dos jogadores mais rápidos que os campos portugueses conheceram na década de 90 - deu a vitória aos axadrezados marcando os dois golos, um num grande remate de longe e outro em contra-ataque após desmarcação de Bóbó. Ainda assim, o seu exemplo não seria seguido por Marlon Brandão e, mais tarde, por Ricky. O Marítimo ainda reduziu a desvantagem por Jorge Andrade - este um avançado brasileiro, não confundir com o defesa-central da selecção nacional - o que se tornou insuficiente para retirar a vitória ao Boavista.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

1991/92 - Salgueiros 1 - Cannes 0


Vídeo de utilizador Leitz06

O Salgueiros é seguramente um dos grandes nomes do futebol luso dos anos 90, tendo dado contributos em termos de nomes, resultados e momentos relevantes para a última década, nomeadamente tendo o Estádio Vidal Pinheiro sido palco do fim do jejum sportinguista de títulos. No entanto, houve também espaço para épicos jogos europeus, quando recebeu a equipa do Cannes, onde militavam então Alen Boksic, Ekstrom e um tal de Zidane. Para gáudio da falange salgueirista, o clube da casa ganhou mesmo o jogo, tendo perdido a eliminatória nos penáltis em terras gaulesas. Ainda assim, para a história ficou o golo de Jorge Plácido, que acabaria por jogar no Matra Racing, treinado por Artur Jorge.

Edição póstuma: um leitor atento chamou a atenção para o facto de o jogo se desenrolar no Estádio do Bessa e não em Vidal Pinheiro, o que obviamente motivou uma alteração do que havia sido inicialmente escrito.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

1993/94 - Paços de Ferreira 1 - Sporting 2



Em plena capital do móvel, foram os da casa os primeiros a marcar, pelo búlgaro Iulian. A equipa do Paços de Ferreira, versão 93/94, possuía alguns nomes relevantes da história do futebol luso, como Bozinovski, Kiki e um tal de Mota, que passou a ter o direito a usar o primeiro nome e que ganhou maior notoriedade enquanto treinador. O jogo acabaria com uma vitória do Sporting, que conseguiu dar a volta ao marcador, com golos de Cadete e de Balakov, num penálti após falta sobre Iordanov.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

1992/93 - Ovarense 0 - Rio Ave 3



Adeptos mais atentos ao fenómeno desportivo dos anos 90 certamente se recordarão que a Ovarense foi um clube de grande dimensão naquela década mas noutro desporto que não o futebol, traduzindo esse fenómeno sui generis da relevância do basquetebol no distrito de Aveiro. Sendo assim, não será de admirar que o clube da cidade de Ovar mais não tenha almejado que uma Liga de Honra, sendo uma espécie de parente pobre de um basquetebol que - esse sim - lançou para a ribalta um topónimo também conhecido pelo seu Carnaval.

O Rio Ave, um dos muitos clubes protagonistas da saga vivida pelos clubes da Liga de Honra a quem calha em sorte muitas vezes juntar-se aos grandes do Desporto-Rei, pode ao menos gabar-se de ser um clube que espalhou classe ao nível de relvados porventura menos mediáticos mas onde o futebol não seria inferior ao de outros palcos da Primeira Liga. Prova disso é esta vitória no campo do Ovarense em plena época 1992/93. Um categórico 3-0, com golos de Emanuel, Gama - que então cumpria a primeira temporada de uma longa saga que durou 14 épocas ao serviço dos vilacondenses - e Miguel Barros.

domingo, 23 de novembro de 2008

1993/94 - União da Madeira 0 - Porto 2



Antes da lei Bosman, que permitiu abriu as portas de saída dos bons jogadores portugueses para o estrangeiro e as de entrada para futebolistas das mais diversas nacionalidades, já o União da Madeira conseguia dar a volta ao texto e criar plantéis onde rareavam portugueses. O esquema envolvendo casamentos por conveniência, de modo a conferir a dupla nacionalidade a alguns destes jogadores, acabou por vir a público e o que é certo é que o União da Madeira acabaria por ser a antecâmara dos futuros plantéis do nosso campeonato. Ainda assim, nesta temporada 1993/94, a equipa albergava alguns valores importantes, como Marco Aurélio, Jokanovic ou Simic. Valores, no entanto, insuficientes para fazer face ao Porto, que ganhou por 2-0, com golos de Drulovic e de Secretário, este primorosamente assistido por Timofte.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

1991/92 - Arsenal 1 - Benfica 3




A vitória por 3-1 no campo do Arsenal foi um dos poucos momentos épicos protagonizados pelo Benfica nos anos 90. Num estádio com um charme particular - apesar de pertencer a um dos grandes nomes do futebol europeu, sempre pareceu remeter mais para o imaginário de um Luton Town ou Burnley - o Benfica começou a perder, mas soube dar a volta ao texto, com dois golos de Isaías e um de Kulkov. E estes jogos, ainda relativamente presentes no imaginário encarnado, que vêm à memória (ou os jornais desportivos encarregam-se disso) sempre que o Benfica vai jogar aos campos ingleses. Esta vitória deu o passaporte para a fase de grupos da então embrionária Liga dos Campeões.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

1992/93 - Tirsense 2 - Sporting de Braga 1



Pressão para os lados de Santo Tirso antes da recepção ao Sporting de Braga. Os dois pontos teriam de ficar em casa e os comandados de Rodolfo Reis tinham essa percepção. Dois golos na primeira parte, da autoria de Tozé e de Caetano - que até dedicou o golo ao mister - deram uma boa vantagem para o resto do jogo. E nem o golo de Toni, um habitué nestas andanças de golos neste blogue, alterou o rumo dos acontecimentos.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

1994/95 - Olivais e Moscavide 1 - Sporting 6



Via utilizador scpmemoria

Em praticamente todas as épocas há sempre um tomba-gigantes na Taça de Portugal, ou seja, o clube das divisões secundárias que inverte a lógica do futebol e elimina uma equipa com um orçamento 5, 10 ou 20 vezes maior. Os anos 90 conheceram fenómenos interessantes, como o Torrense ou os Dragões Sandinenses, mas em 1994/95 o epíteto de tomba-gigantes ficou associado ao Olivais e Moscavide, que eliminou o Sporting de Braga em pleno Campo Alfredo Marques Augusto.

Como recompensa, o Olivais e Moscavide teria direito a receber no seu reduto o Sporting. A nobre vila às portas de Lisboa engalanou-se. Basta citar que a bancada atrás da baliza à esquerda foi montada expressamente para o efeito, aumentando a receita de bilheteira e evitando os pouco estéticos estabelecimentos de venda de sandes de couratos, bifanas e cerveja, um panorama que não desapareceu entretanto. Nunca fiando, Carlos Queiroz não arriscou e manteve a maioria dos nomes sonantes na equipa inicial. O resultado final foi um contundente 6-1, com o golo dos anfitriões a ser marcado por Sequeira, centro-campista então emprestado pelo Estrela da Amadora e que já havia marcado contra o Sporting de Braga. Este jogo teve também o condão de levantar maiores expectativas sobre o jovem Dani, de quem se dizia ser a next big thing do futebol português, mas cuja fama da playoby lhe arruinaria a carreira de futebolista em detrimento de outros prazeres da vida. Sem que Dani tivesse marcado algum golo, foi um bis de Figo, um hattrick de Capucho e um golo de Vujacic a engrossarem as contas da vitória leonina em Moscavide.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

1992/93 - Salgueiros 2- Sporting de Espinho 1



A história recente de Salgueiros e Sporting de Espinho é conhecida. O primeiro rivalizou muitos anos com o Boavista pelo estatuto de segundo maior clube do Porto e acabou nos escalões inferiores, sem equipa de séniores e vendo o antigo rival atingir grandes vôos. O Sporting de Espinho não chegou a estar tão nos píncaros quanto o Salgueiros e teve modestas passagens pelo Campeonato Nacional na década de 90. Assim sendo, não deixa de ser curioso ver um Vidal Pinheiro cheio para este jogo, que acabou com um 2-1 para os anfitriões, mercê de golos de Leão - um dos ex-Salgueiros que chegou a ingressar no Sporting, como Sá Pinto, Pedrosa ou Renato, que até joga actualmente no Salgueiros 08 - e do trunfo lançado durante o jogo Draskovic. Pelo meio, Joel alimentou as esperanças do Espinho noutro resultado que não a derrota.

Uma curiosidade: no final da época acabariam separados por um ponto. O Salgueiros ficaria na primeira divisão. O Sporting de Espinho acabaria na Liga de Honra. Este jogo acabou por ter um peso relevante nas contas.

domingo, 2 de novembro de 2008

1996/97 - Rio Ave 0 - Benfica 1



Como qualquer equipa do Benfica pós-Artur Jorge na década de 90, também a da temporada 1996/97 trazia consigo uma grande dose de esperança face aos reforços, apesar de a maioria acabar por não trazer grandes acréscimos de qualidade. Bermudez vinha catalogado de novo patrão da defesa, para fazer dupla com Hélder, e o facto de ser titular da selecção da Colômbia. Apesar de não ter convencido em Portugal - afinal de contas, quantos jogadores que passaram pelo Benfica na segunda metade da década de 90 podem dizer que o fizeram? - conseguiu uma carreira interessante na América Latina. Este golo frente ao Rio Ave foi um dos seus bons momentos de águia ao peito.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

1998/99 - Boavista 2 - Sporting 2


Vídeo de utilizador TodosNoTube

Este jogo é um bom documento do que era o Boavista na transição do milénio: futebol rápido e raçudo, pancada nos limites das leis do jogo, adeptos vibrantes (veja-se o artista agarrado à rede por volta do 01'55'') e confusão nas bancadas. Do outro lado, o Sporting sem conseguir fazer de um punhado de bons jogadores uma grande equipa. Resultado final, um empate a dois golos. Os anfitriões marcaram por Timofte e Jorge Couto. Pelo Sporting, marcaram Simão Sabrosa (longe ainda de imaginar que anos mais tarde seria ídolo no clube rival) e Iordanov. Pelo meio, a expulsão da praxe: Litos.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Final Mundial de Juniores 1991 - Entrevista a Rui Costa e Brassard



Face ao bom impacto que tiveram os penáltis da final lusa do Mundial de Juniores, colocados aquando do fim da carreira de Rui Costa, volto ao assunto. Em causa aquilo que hoje se poderia chamar uma espécie de flash interview, conduzido por Rodrigo Guedes de Carvalho, que há 17 anos tinha semelhanças bastante óbvias com o guarda-redes Hilário. Nesta entrevista, a abordagem mais a frio ao jogo, com os calejados nestas coisas das selecções jovens Brassard e Rui Costa. Atente-se em todo o historial destas promessas, nomeadamente a referência a competições sub-16. Nesta altura, Brassard seria talvez um novo Bento e esperava-se que Rui Costa se tornasse realmente Rui Costa. O primeiro ficou a meio caminho de uma grande carreira e, quanto ao segundo, a história é conhecida.

domingo, 19 de outubro de 2008

1992/93 - Marítimo 0 - Porto 1



É também com vitórias já nos descontos que se ganham campeonatos. Foi o que sucedeu no Estádio dos Barreiros. De visita a um Marítimo cujo equipamento fazia um pendant perfeito com a cor do relvado, o Porto acabou por sair vencedor com um golo já depois dos 90 minutos. O autor do golo foi Toni, promessa do futebol português no início da década de 90, que já constou aqui neste blogue enquanto referência do Sporting de Braga nesta mesma época. Acontece que Toni espalhou magia nos relvados ao serviço do Braga e do Porto na mesma época, tendo sido decisivo nalguns jogos ao serviço de ambos os emblemas.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

1992/93 - Vitória de Guimarães 1 - Gil Vicente 2



A temporada 1992/93 não foi particularmente feliz para o Vitória de Guimarães. Não obstante ter nas suas fileiras alguns nomes de relevo no futebol luso na década de 90 - Ziad, Paulo Bento, Dimas ou Pedro Barbosa - o que é certo é que estava reservada uma 11ª posição, pouco acima da linha de água.

Neste jogo, a equipa estava obrigada a ganhar, mesmo sabendo que do outro lado figuravam outros mitos do nosso Nacional Maior. Antes do jogo, Marinho Peres estava à beira do abismo. Cacioli e Drulovic, com a devida ajuda das fífias do guarda-redes Jesus, derram o empurrãozinho de que Marinho precisava para ser posto de fora do comando vimaranense. Não sem antes Pimenta Machado ter ido ao balneário no intervalo do jogo falar com a equipa. Ultimato (segundo o treinador) ou incentivo (de acordo com o Presidente)? Um daqueles mistérios que compõem o baú das memórias da década de 90 e que justificam a existência deste blogue e mais um episódio desse longo livro dessa grande instituição chamada "chicotada psicológica". O avançado Lima, de passagem por Guimarães entre o Sporting e o Atlético, ainda acalentou esperanças de que os dois pontos não fossem para Barcelos. Mas não passou disso, de esperanças.

sábado, 11 de outubro de 2008

Qualificação Euro 96: Portugal 1 - Áustria 0



A Selecção Nacional de futebol é a prova de que a década de 90 foi essencialmente marcada por viragens relevantes no desporto-rei nacional. De facto, essa mesma década começava com os portugueses a festejarem uma vitória em 1991 no mundial de juniores caseiro e vi esses mesmos heróis a sucumbir à França numa épica meia-final do Euro 2000. Pelo meio, o aproveitar da experiência de um Futre, João Pinto ou Rui Barros para integrar Rui Costa, Figo ou Paulo Sousa.

No entanto, houve pequenos tiques que foram durando, como aquele que restringia o uso de pontas-de-lança na Selecção. Não sei se por falta de oferta de reais jogadores de área - e basta dizer que, em meados da década, Paulo Alves foi o jogador que mais se aproximou desse conceito - ou por velhas teorias tácticas, ficava a sensação de que era melhor ter muita técnica e muito jogo bonito, mas sem a devida concretização. Por isso não espanta ver Sá Pinto ou João Pinto a lutar contra poderosos centrais contrários. Foi o que sucedeu neste Portugal-Áustria na qualificação para o Euro 96, em que o golo foi marcado por Figo a passe do segundo avançado Sá Pinto após simulação digna de figurar nos manuais. Note-se que João Pinto anda lá pela área, provavelmente era ele o ponta-de-lança...

domingo, 5 de outubro de 2008

1996/97 - Sporting de Braga 1 - Sporting 0



A discussão em torno dos guarda-redes fez parte de toda a década de 90 do Sporting. Reza a história que tudo acabou em bem com a contratação de Peter Schmeichel em 1999, tendo o Sporting conseguido ser campeão no final dessa mesma década. Filip de Wilde vinha bem credenciado pelo seu compatriota Robert Waseige, visando a substituição de Costinha, o que não impediu fífias como a deste jogo contra o Braga. Uma má saída, típica de um guarda-redes inexperiente, deu a Toni a possibilidade de marcar o único golo dos arsenalistas. De reparar que nas bancadas até são agitadas bandeiras do Benfica.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

1992/93 - Rio Ave 1 - Benfica 3



Dezasseis-avos da Taça de Portugal. O Rio Ave, equipa que então militava na Liga de Honra - embora contasse nas suas fileiras com elementos relevantes do futebol luso na década de 90, como Barroso, Miguel Barros ou o futuro treinador Carlos Brito - recebia o Benfica. A festa da Taça com o estádio cheio para ver o jogo. O Benfica não arriscou e pôs quase todos os titulares e o ter jogado pelo seguro produziu frutos: três golos marcados por Kulkov, Hélder e Vítor Paneira. Do outro lado, Gama faria o golo de honra numa jogada individual que combina força e técnica e onde Paulo Madeira e Fernando Mendes fazem quase o papel de figurantes.

No fim da peça, Jesualdo Ferreira comenta o jogo de forma educada e tranquila. Há 15 anos era treinador-adjunto de Toni, algo que fez durante vários anos e em mais que um clube. O estilo enraizimado que hoje parece assumir em conferências de imprensa veio com o tempo.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

1996/97 - Sporting de Espinho 1 - Sporting 3



Início do campeonato do Sporting na temporada 1996/97, em casa de um dos muitos "sportings" espalhados pelo país, neste caso o de Espinho. Vitória convincente, acalentando mais um início de época promissor para os lados de Alvalade, que dava esperanças do título lá para Junho, o que apenas sucederia temporadas mais tarde. Pedrosa, Vidigal e Hadji marcaram os golos leoninos, para gáudio de Robert Waseige, mais um treinador que não durou muito tempo no banco leonino. Do golo do Espinho não há imagens.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

1998/99 - Vitória de Setúbal 1 - Académica (conquista de lugar na UEFA)

Vídeo de utilizador UltrasVIII (imagens do jogo a partir dos 00'30'')

Não fazendo parte do grupo de clubes com participações assíduas nas competições da UEFA nos anos 90, o Vitória de Setúbal pôde saborear um lugar europeu na temporada 1998/99, quando logrou um quinto lugar conquistado na última jornada frente à Académica, que acabaria o campeonato na última posição. O herói do Bonfim foi Pedro Henriques, promissor jogador das escolas do Benfica que faria parte do extenso lote de ex-jogadores do Benfica que acabaria a jogar no rival Porto sem grande sucesso desportivo. O atleta de Cristo Chiquinho Conde apontava a graça de Deus como fórmula para esta feito histórico, devidamente comemorado com uma invasão de campo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

1992/93 - Famalicão 1 - Sporting de Braga 1



A peça começa e bem por avisar: o treinador do Sporting de Braga deixou jogadores importantes de fora, nomeadamente Folha e Forbs. Sendo assim, no futebol não há milagres. O Famalicão só deu uma fífia na defesa, prontamente aproveitada pela estrela emergente Toni. Na segunda parte, os anfitriões empataram o jogo, de penálti. Freitas fechou o resultado: um para cada lado.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

1993/94 - Benfica 2 - Parma 1



As participações do Benfica nas competições europeias, na década de 90, foram bem o espelho de uma óbvia falta de fulgor que foi acompanhando o clube ao longo desses 10 anos. Em 1990, o Benfica disputava uma final da Taça dos Campeões Europeus frente ao AC Milan e, dez anos depois, sofria uma das mais copiosas derrotas da sua história, ao perder por 7-0 em Vigo. Pelo meio, alguns momentos importantes, como esta meia-final da extinta Taça das Taças, frente ao Parma, que o Benfica acabaria por perder devido ao golo dos italianos marcado fora de casa.

Graças a uma grande exibição de Rui Costa, que até fazia anos no dia do jogo, o Benfica marcou dois golos, por Isaías (após assistência de Rui Costa) e pelo próprio Rui Costa. Pelo meio, uma defesa benfiquista pouco expedita a despachar a bola permitiria ao Parma empatar o jogo por um golo, através de Zola. Já no final do jogo, Vítor Paneira falharia uma grande penalidade, que, a ser concretizada, talvez permitisse outro desfecho para a eliminatória e uma participação do Benfica na final da prova.

domingo, 14 de setembro de 2008

1992/93 - Sporting 3 - Belenenses 0



Um cenário a fazer lembrar os bons velhos tempos do típico futebol inglês, com relvados enlameados, valentes cargas de água e o pontapé para a frente a substituir o futebol tecnicista. Apesar das adversidades no seu próprio terreno, lamentadas até por Bobby Robson (que deveria ser o primeiro a sentir-se em casa perante tal cenário) os tais virtuosos do Sporting não sucumbiram aos problemas no terreno e protagonizaram uma vitória por 3-0, com golos dos defesas Leal e Valckx, com Cadete a marcar o terceiro golo. Rui Gregório acabaria expulso.

sábado, 6 de setembro de 2008

Qualificação Euro 96 - Portugal 8 - Liechtenstein 0



Enquanto um dos grandes feitos da Selecção Nacional na década 90, a qualificação para o Euro 96 propiciou alguns resultados bem volumosos, exemplificativos de tempos em que havia uma discrepância maior entre selecções no Velho Continente. Foi o caso dos 8-0 com que Portugal brindou, numa chuvosa noite de Dezembro no Estádio da Luz, a equipa do Liechtenstein, que contava então com um único jogador profissional. Não obstante a diferença de qualidade das equipas, não houve lugar para vedetismos e passos em falso: os melhores jogadores lusos alinharam de início e encararam a goleada como o único resultado viável. Dois golos de Domingos, outros tantos de Paulo Alves, com o contributo de outros golos de João Vieira Pinto, Oceano, Folha e Fernando Couto, permitiram um dos resultados mais folgados dos últimos anos pela equipa nacional.

Neste jogo, João "o meu coração tem uma cor: azul e branco" Pinto cumpria as 100 internacionalizações, ele que foi dono da "posição 2" da equipa das Quinas durante uma década. No entanto, acabaria por não fazer parte dos eleitos para o Euro 96.

Correcção feita a 24 de Outubro: um leitor atento alerta para a falha na informação dada por Gabriel Alves sobre o número de internacionalizações de João Pinto. Com efeito, neste jogo seria a sua 70ª internacionalização e não a 100ª. De acordo com dados revelados pela própria FPF, acabaria por ser mesmo o seu último jogo ao serviço da selecção nacional.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

1996/97 - Porto 2 - Vitória de Setúbal 2


Início de temporada 1996/97, aquela em que chegava às Antas um tal de Mário Jardel, que faria história no futebol português e que acabaria por remeter Domingos para segundo plano. Curiosamente, foram os dois jogadores a fazer os dois golos que evitaram uma derrota caseira na primeira jornada contra o Setúbal. Do lado dos sadinos, foi Chiquinho Conde que agitou as redes azuis-e-brancas por duas vezes e quase provocou um escândalo na primeira jornada do campeonato.

sábado, 30 de agosto de 2008

1990/91 - Vitória de Guimarães 3 - Nacional 1


O Nacional da Madeira, que acabaria o campeonato em último, visita o Vitória de Guimarães, sendo derrotado por 3-1. Os golos dos vimaranenses seriam marcados por dois brasileiros que fariam carreira no futebol português: Caio Júnior, que esteve quase uma década em Portugal e também passou pelo Estrela da Amadora e Belenenses, e Chiquinho Carlos (que bisou)que representou clubes como o Benfica, Sporting de Braga e Vitória de Setúbal. Do golo do Nacional da Madeira não há imagens.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

1992/93 - Paços de Ferreira 0 - Sporting 3


Num jogo em que todos os golos foram marcados por jogadores búlgaros, o Sporting começou cedo a criar vantagem com um golo de Iordanov. Seguir-se-iam dois golos de Balakov: um ainda na primeira parte de penálti e outro na segunda parte após um centro de Figo. Apesar da tranquilidade da vitória leonina, o treinador parecia não estar totalmente satisfeito, basta atentar nos 10 segundos entre os 00'47'' e os 00'57'' em que berra que nem um louco para o campo, coadjuvado por Manuel Fernandes, culminando a indignação com um pontapé no casaco que acaba na cara do desgraçado que estava sentado no banco de suplentes.

sábado, 23 de agosto de 2008

1998/99 - Marco Aurélio abandona Sporting


Oriundo do Vasco da Gama, Marco Aurélio esteve durante quase toda a década de 90 em Portugal. Após época temporadas no União Madeira, ingressou em 1994/95 no Sporting, em mais uma remessa de reforços sob o patrocínio de Sousa Cintra. A meio da temporada 1998/99, para frustração do treinador Mirko Jozic, abandona o Sporting para ingressar no Vicenza, do campeonato de Itália, país onde acabaria por jogar mais oito (!) épocas, acabando a carreira aos 38 anos.

Para além de ser um dos poucos jogadores do campeonato nacional a envergar um bigode, ficou também conhecido por pertencer aos Atletas de Cristo - a par de outros colegas de profissão brasileiros, como Lula e Chiquinho Conde, curiosamente o jogador com quem travou um duelo no último jogo de leão ao peito - e, para a sua saída, aponta a vontade de Deus para que a sua saída do clube de Alvalade se consumasse. Clube onde ganhou uma Taça de Portugal e uma Supertaça.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

1992/93 - Farense 3 - Chaves 0


Por estes dias, Hassan começava a dar os seus primeiros passos como jogador do Farense, naquele que seria o início de um trajecto assinalável na década de 90 do futebol português, sobretudo no clube algarvio mas também com duas épocas no Benfica. Neste jogo, o Farense, numa fortaleza chamada Estádio de São Luís, vencia o Chaves por contundentes 3-0, com golos de Djukic e um golo de Pitico. O Farense seria a única equipa, a par do Benfica, a não perder em casa durante a época 1992/93.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

1994/95 - Porto 2 - Sporting de Braga 0


Este primeiro jogo do Porto na época 1994-95 acabou por assumir um carácter simbólico a diversos níveis. Em primeiro lugar, seria o primeiro jogo de uma caminhada do Porto rumo a cinco títulos consecutivos de Campeão Nacional. Mas também porque os dois golos da vitória seriam os últimos a serem marcados pelos seus autores de dragão ao peito: Rui Filipe viria a falecer, semanas mais tarde, após um acidente de viação e Kostadinov jogava o seu último jogo ao serviço do Porto, rumando ao Deportivo da Corunha.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

1992/93 - Belenenses 1 - Benfica 1





Se há jogo que deixou a sua marca no campeonato nacional de 1992/93, foi este. Em causa não foi tanto a partida em si, um tanto ou quanto mal jogada, com quatro expulsões no total - Guto e Taira no Belenenses, Pacheco e Paulo Sousa no Benfica - com muitas faltas de parte a parte. Nem tanto os golos, da autoria de Guto e de Hélder, mas antes os incidentes protagonizados durante o intervalo da partida, no qual elementos da claque do Benfica decidem agredir o funcionário do clube da casa e modificar o resultado no placard (ao intervalo, o Belenenses vencia por 1-0) e começar a insultar a claque adversária. A atitude das forças de segurança também teve alguns contornos de paródia, nomeadamente os apelos à calma que é possível ouvir por parte do locutor do clube da casa e a forma quase bonacheirona como os polícias tratavam um jovem exaltado que cuspia em direcção à claque adversária - atente-se no período entre os 00'50'' e os 01'00'' do segundo vídeo. A juntar à festa, o facto de terem sido vistas bandeiras nazis no seio da claque do Benfica, o que fez correr muita tinta nos jornais, em relação à presença de elementos de Extrema-Direita nas claques dos clubes de futebol.

Mais do que um jogo, este Belenenses-Benfica, jogado numa noite de Inverno no início do ano de 1993, serviu quase de mote sociológico. Hoje, serve mais de memória estética daqueles anos - leia-se, os cabelos compridos e mal tratados e os blusões Duffy no meio daqueles jovens problemáticos.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

1990/91 - Bolonha 1 - Sporting 1


Este jogo insere-se no mais produtivo percurso do Sporting a nível europeu nos anos 90, chegando às meias-finais e caindo às mãos do Inter de Milão. Aliás, nestes mesmos quartos-de-final, estavam presentes quatro equipas italianas, o que atesta o virtuosismo do futebol transalpino naquela altura.

O primeiro golo foi apontado por Turkylmaz, ponta-de-lança turco que marcou a década de 90 em matéria de jogadores daquele país. No meio de três defesas, bastou uma cabeçada eficaz para dar vantagem ao Bolonha. O Sporting conseguiria o empata já em cima dos 90 minutos. Enquanto Gabriel Alves tecia elogios ao jogo, classificando-o mesmo como um "jogo europeu" (oh diabo, tu queres ver que um jogo entre uma equipa de Portugal e uma da Itália a contar para a Taça UEFA, era europeu e eu não sabia, tendo só ficado a sabê-lo porque o Gabriel Alves disse?!), o Sporting marcou o golo do empate, também de cabeça, pelo defesa brasileiro Luisinho. Festa óbvia no banco do Sporting, como é visível pelos festejos de Marinho Peres e do então dirigente do clube Álvaro Braga Júnior.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

1992/93 - Sporting de Espinho 2 - Vitória de Guimarães 1


Apesar de o Sporting de Espinho, enquanto clube, estar mais associado a glórias no voleibol, é um facto que também vimos a equipa de futebol em algumas épocas no escalão maior. Na década de 90, contam-se duas temporadas entre os grandes, com a subida acompanhada de uma imediata descida na época seguinte.

No entanto, neste jogo as coisas correram bem ao Sporting de Espinho, com uma vitória por 2-1 sobre o Guimarães. Depois de uma sensaborona primeira parte, em que só Pedro Barbosa ia aos poucos dando um ar da sua graça, os locais passaram para a frente com um golo de Chico Faria, ao qual a equipa da cidade-berço responderia graças a um golo de Tanta. A partir daqui, Marinho Peres quis guardar o ponto conquistado em estádio alheio, fazendo entrar o defesa Germano. Ironia do destino, seria o próprio Germano - na sua quinta e última época ao serviço do Vitória, antes de ingressar na representação da ONU no União da Madeira, onde seria dos poucos portugueses - a marcar um golo na própria baliza.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

1992/93 - Sporting de Braga 1 - Beira-Mar 2


Um parêntesis inicial - passe o paradoxo - para referir que muitas foram as equipas que, ao longo da década de 90, pareciam abdicar de atacar e jogar em contra-ataque, um fenómeno mais visível nos jogos conta os grandes, mas que ia fazendo escola nos relvados nacionais um pouco por todo o país, veja-se o Beira-Mar com uma defesa de betão (ou não tivesse lá Dinis) e Dino no ataque, verdadeiro ex-libris do catenaccio luso e tábua de salvação das tácticas do ferrolho, que faria mossa anos mais tarde aos adversários do Desportivo de Chaves.

Foi precisamente o que sucedeu neste Sporting de Braga - Beira-Mar. A equipa da casa foi quem fez pela vida durante a primeira parte, mas Krstic acabou por marcar o golo dos aveirenses na única oportunidade que tiveram até então. 0-1 ao intervalo. Na segunda parte, a entrada da então jovem promessa Toni deu frutos, já que seria o próprio a marcar o golo do empate. Entretanto, seguem-se cinco minutos de grande intensidade futebolística, com o Braga a desperdiçar uma boa oportunidade, com Dino a falhar um golo de baliza aberta - situação que provocou comoção tal em Vítor Urbano, enviando o treinador do estádio directamente para o hospital, por coincidência num jogo contra uma equipa treinada por Vítor Manuel, esse sim durante muito tempo um potencial utente das urgências de Cardiologia durante os jogos de futebol, dado seu carácter efusivo -, o que acabaria por acontecer pouco depois com um auto-golo de Jorge Ferreira. Perante a eficácia da defesa do Beira-Mar, de nada serviram as intenções do Braga. Ganhariam os visitantes por 2-1.

sábado, 26 de julho de 2008

1998/99 - Porto 2 - Estrela da Amadora 0 (Pentacampeonato)


Vídeo de utilizador jhbfuyvyt

A segunda metade da década 90 foi o período de maior domínio do Porto, em matéria de número de campeonatos conquistados, até agora. Aproveitando o início da decadência benfiquista e do desnorte para os lados de Alvalade, mas essencialmente por méritos ao nível da organização do clube e da equipa de futebol, o Porto foi vencendo campeonatos atrás de campeonatos até conseguir chegar aos cinco consecutivos, como atesta este vídeo. A equipa do Porto, já com o pentacampeonato conquistado, brindou os adeptos com um jogo-festa, com a fava a calhar ao Estrela da Amadora, que acabaria derrotado por 2-0. Golos marcados por dois nomes que ajudaram à conquista de vários títulos: Drulovic e Jardel.

terça-feira, 22 de julho de 2008

1996/97 - O contrato definitivo de João Vieira Pinto com o Benfica


João Vieira Pinto pendurou hoje as botas e, se bem que não é apanágio deste blogue associar o passado e o presente, hoje é feita uma pequena excepção. Não para recordar golos marcados ao serviço do Benfica, Sporting ou selecção nacional, mas antes tempos em que era o jogador melhor pago em Portugal, ao serviço do Benfica, ao serviço do qual rubricou, em meados da temporada 1996/97, um contrato vitalício, o qual seria rompido por Vale e Azevedo três épocas depois. Apesar do seu grande percurso, fica sempre um ligeiro amargo de boca ao tentar imaginar o que teria sido a sua carreira se tivesse sabido arriscar na altura certa e tentar campeonatos mais competitivos e foi essa decisão de se manter eternamente em Portugal que não o projectou para níveis semelhantes aos de Figo, Rui Costa ou Paulo Sousa.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

1994/95 - Porto 3 - União da Madeira 0


O defeso 1994/95 foi particularmente interessante, nomeadamente no que respeita ao Benfica, com o início do assalto de Artur Jorge à equipa campeã na época anterior. A transferência mais polémica sucedeu em dose dupla, com a saída de Kulkov e de Iuran para o Porto. Este foi o jogo em que os jogadores se estrearam de dragão ao peito. No jogo contra a União da Madeira, a vitória sorriu ao Porto, com os golos a serem apontados por Aloísio, Folha e José Carlos.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

1992/93 - Estrela da Amadora 2 - Farense 2



Estrela da Amadora e Farense protagonizaram um grande duelo ao início da década de 90, com uma final da Taça de Portugal que acabaria por ser entregue à equipa dos arredores de Lisboa, com necessidade de repetição após um empate na primeira final. Este jogo, que se jogava 30 meses depois, marcaria o reencontro das duas equipas, curiosamente orientadas ainda pelos mesmos treinadores - João Alves e Paco Fortes - sendo que o Estrela da Amadora até jogava na Liga de Honra. Não obstante esta diferença entre as equipas, acabaria mesmo por ser eliminada a equipa que militava no "Nacional Maior", bastando para isso dois golos. Um marcado por Ivan (após passe de Caio Júnior, hoje treinador do Flamengo) e o outro apontado por um tal de Abel Xavier, que não se fez de rogado e teceu auto-elogios ao golo que apontou.

domingo, 6 de julho de 2008

Euro 96 - Portugal 0 - República Checa 1

A prestação portuguesa, tal como a que decorreu há algumas semanas atrás, ficaria fechada nos quartos-de-final. O carrasco da selecção nacional seria a República Checa, que não suscitava grandes expectativas antes do Euro 96 começar. O que é facto é que chegou à final e revelaria ao mundo do futebol nomes como Nedved, Patrik Berger ou Poborsky, jogador que foi mesmo uma das figuras da prova. Para isso muito contribuiu o excelente golo com que eliminou Portugal, num misto de técnica, alguma sorte e ineficácia dos jogadores portugueses, completamente incapazes de parar esta jogada individual. O resto da história deste jogador é conhecida: ingressaria no defeso no Manchester United, onde ficaria uma época e meia, ingressando a meio da temporada 97/98 no Benfica, onde ficaria três anos.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Euro 96 - Portugal 3 - Croácia 0

O terceiro jogo da fase de grupos, com a Croácia, iria decidir o quadro dos quartos-de-final. O vencedor iria evitar a Alemanha, adversário cuja posterior vitória na prova atestava o seu valor. Estranhamente, o seleccionador croata fez descansar a maioria da equipa para este jogo, o que ajudou a equipa portuguesa, que venceu por uns esclarecedores 3-0. Figo e João Pinto fizeram os dois golos da primeira parte, ambos na "área de rigor". Domingos fechou a contagem já na segunda parte, num rápido contra-ataque.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Euro 96 - Portugal 1 - Turquia 0

O segundo jogo da Selecção Nacional no Euro 96 foi contra a Turquia. O jogo não teve o mesmo nível de brilhantismo em comparação com a partida contra a Dinamarca, mas o resultado foi mais favorável. Um golo de Fernando Couto, devidamente comemorado com um salto mortal como era (é?) seu apanágio, chegou para vencer a Turquia.

domingo, 15 de junho de 2008

Euro 96 - Portugal 1 - Dinamarca 1

Em pleno Euro 2008, é sempre bom recordar o primeiro europeu disputado pelas cores lusas nos anos 90, 12 anos depois da prestação do Euro 84. A fase de grupos começava precisamente com o detentor do título, a Dinamarca, pelo que a missão afigurava-se complicada. Seriam precisamente os dinamarqueses a abrir o marcador, depois de um conjunto de benesses oferecidas pela defesa nacional, prontamente aproveitadas por Brian Laudrup. Já na segunda parte, seria Sá Pinto, um ano antes de borrar a pintura e mandar dois bananos ao Artur Jorge, a restabelecer o empate, após passe de Folha.

terça-feira, 10 de junho de 2008

1992/93 - Farense 2 - Beira-Mar 2


Farense e Beira-Mar terminaram a temporada 1992/93 em boas posições - 6º e 8º lugar, respectivamente - e equipas tão bem apetrechadas de talentos teriam de proporcionar um bom espectáculo. A equipa casa começaria a ganhar, com um golo de Djukic. Os aveirenses haveriam de dar a volta ao resultado, através de Krstic - jogador sérvio que vinha de um clube francês chamado Rodez e que, duas épocas depois teria a honra de jogar no Felgueiras, onde acabaria por fazer companhia a Lewis, Sérgio Conceição e Bozinovski -, o que traria legítimas esperanças de arrancar uma vitória no sempre difícil Estádio de São Luís. Mas eis que um penálti polémico, inserido numa arbitragem que não foi isenta de erros, dá oportunidade a Portela de restabelecer o empate. Um 2-2 que permitiu ao Farense manter a invencibilidade no seu reduto, o que se manteve até ao fim da temporada.

domingo, 1 de junho de 2008

1995/96 - Vitória de Guimarães 6 - Marítimo 0


Tal como em muitas temporadas na década de 90, o Vitória de Guimarães tinha, em 1995/96, uma equipa bastante interessante, onde alinhavam jogadores cujo trajecto já havia passado ou haveria por passar pelo menos por um dos três "Grandes", casos de Capucho, Vítor Paneira, Edinho, Neno e Zahovic.

Esta vitória por seis golos contra o Marítimo foi um dos resultados mais dilatados de toda a temporada 95/96, não pela diferença de qualidade entre as equipas, mas porque correu tudo bem de um lado e tudo mal do outro. O Vitória de Guimarães abria o marcador por Ricardo, após centro de Capucho, e fazia o 2-0 numa jogada parecida, mas com Vítor Paneira e Edinho como intervenientes, com o brasileiro a fazer o primeiro dos seus três golos. Vítor Paneira, após assistir para o segundo golo, fez o terceiro, após assistência do próprio Edinho. Capucho, já na segunda parte, fazia o 4-0 e Edinho marcaria os últimos dois golos, colocando o resultado final em 6-0.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

1992/93 - Sporting de Braga 2 - Estoril 1


Frente ao Estoril-Praia, o Sporting de Braga entrava a ganhar. Afinal de contas, Secretário, Chiquinho Carlos ou Fernando Pires tinham de mostrar por que razão eram melhores que Bouderbala ou Carlos Manuel. Seria Chiquinho Carlos a abrir o marcador, logo no início do jogo, numa boa execução técnica e , apesar de algumas semelhanças, sem os caprichos do golo de Tiuí na última final da Taça. A equipa da Linha quis vender cara a derrota e ainda empatou o jogo, graças ao sempre eficiente Bouderbala. A segunda parte possibilitou aos adeptos que assistiam à partida no Estádio Primeiro de Maio verem a sua equipa a ganhar. A estrela emergente Toni, que cumpria a primeira de oito épocas ao serviço do Sporting de Braga, marcou de cabeça o golo da vitória.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

1992/93 - Sporting 1 - Porto 1







Dois dias antes da Final da Taça entre Porto e Sporting, recupera-se um duelo realizado há 15 temporadas atrás, então para o Campeonato Este resumo, parecendo que não, é quase um documento histórico, na medida em que terá sido um dos últimos clássicos a contar para o campeonato jogado à luz do sol das 3 da tarde. O Sporting, moralizado por recentes vitórias, marca o golo por intermédio de Juskowiak, após falha de Vítor Baía. O empate surgiu com o contributo de uma falha do guarda-redes do Sporting, aproveitada por Kostadinov.

Como seria de esperar nestes clássicos, a arbitragem acabaria por marcar o jogo. O árbitro Fortunato Azevedo expulsou Jaime Magalhães, após discussão com o árbitro que culminou com uma bola atirada para as canelas do juíz. O próprio atleta justificou-se, dizendo que apenas discordou de uma decisão. Pinto da Costa é abordado em três ocasiões sobre a arbitragem: no início, afirma que é uma escolha normal, ao intervalo mostra dúvidas sobre a imparcialidade do árbitro, no fim do jogo diz que o Porto foi roubado pela arbitragem.

terça-feira, 13 de maio de 2008

1990/91 - Vitória de Portugal no Mundial de Júniores (Lisboa)





Dias depois de Rui Costa ter pendurado as chuteiras e confessado que o momento mais alto da carreira foi a vitória no Mundial de Júniores em 1991, urge recuperar essa final ganha contra o Brasil, tida como um dos grandes momentos do futebol luso além-fronteiras. Depois de 120 minutos sem qualquer golo, os espectadores que enchiam o Estádio da Luz tiveram de esperar pelas grandes penalidades para resolver a contenda. Foram necessários apenas quatro penáltis para vencer o jogo, tendo os golos sido marcados por Jorge Costa, Figo, Paulo Torres e, lá está, Rui Costa. Da geração que venceu este campeonato e, dois anos antes, em Riad, houve desde o melhor jogador do mundo até a atletas que passaram ao lado de uma grande carreira.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

1999/00 - Boavista 0 - Rosenborg 3






Não será exagerado dizer que a actual situação no Boavista se deve parcialmente a uma gestão que, em tempos, terá sido feita um pouco acima da real dimensão do clube. Ainda assim, essa gestão permitiu à equipa conquistar títulos e participações nos grandes palcos europeus. Em 1999/00, deu-se a primeira participação da equipa na Liga dos Campeões, que se repetiria duas épocas depois, não tendo sido propriamente feliz, com a equipa a acabar em último, num grupo em que o Rosenborg saíria vencedor. Para isso, também contribuiu esta vitória dos noruegueses no Bessa, com golos de Ørjan Berg, Sørensen e Roar Strand.

domingo, 4 de maio de 2008

Golos de Isaías no Campomaiorense - 1997/98





Vídeo de utilizador Encarnados

Chegou a Portugal há precisamente 20 temporadas atrás - na época 1987/88 - para jogar no Rio Ave, onde depressa despertou a cobiça do Boavista, tendo jogado duas épocas no clube do Bessa. Viria a marcar a primeira metade da década de 90 no futebol português, ao serviço do Benfica, onde chegou em 1990/91 e que representou ao longo de cinco temporadas, tendo ficado na memória dos benfiquistas pelo seu futebol possante e pelo seu pontapé-canhão, nem sempre eficaz, mas que, segundo estatísticas nunca confirmadas, tinha um índice de fiabilidade de 10%: em cada 10 tiros, um dava golo.

No âmbito da famosa limpeza de balneário promovida por Artur Jorge, abandonou a Luz na pré-época 1995/96, rumando ao Coventry City, clube onde estaria duas épocas. Em 1997/98, regressaria ao futebol português, tendo actuado duas temporadas no Campomaiorense, acabando depois a carreira. Os golos que constam neste vídeo são alguns dos 14 que apontou na temporada 1997/98.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

1992/93 - Sporting 3 - Marítimo 2





A dupla Cadete - Juskowiak parece, à luz dos dias de hoje, como algo um pouco datado, não pelo (natural) facto de nenhum ainda pisar os relvados, mas também pelo elemento estético - um com cabelo à anos 80, fugindo ao cabelo à tigela dominante no plantel de Alvalade, e outro com um já então um pouco anacrónico bigode - sendo também importante realçar que ter dois pontas-de-lança a jogar no mesmo 11 é algo pouco visto hoje em dia, face à pouca presença do 4-4-2 nos quadros dos treinadores.

Ainda assim, foi esta dupla a fabricar os três golos do Sporting. Cadete marcou os primeiros dois, assim mesmo à ponta-de-lança matador com habitat natural na área adversária, e o polaco de bigode a marcar um golo de cabeça, de forma que quase parece não ser intencional. O Marítimo marcou dois: um de Edmilson, colocando o resultado então em 2-1, e outro de Vado, então uma promessa do futebol português, mas que marcou mais tarde o seu cunho na mítica selecção que venceu o Skydome Cup, no Canadá, feito digno de registo na selecção nacional em meados da década de 90.

E, se repararem atentamente aos segundos 28'' e 48'', verão um efusivo José Mourinho, na qualidade de adjunto do Sporting, a festejar os golos atrás da baliza do Marítimo.

domingo, 27 de abril de 2008

1994/95 - Benfica 1 - Porto 1





O Benfica - Porto de 1994/95 reúne uma série de elementos importantes que merecem aqui ser destacados: o facto de ter sido o reencontro de Iuran e Kulkov enquanto dragões com o seu antigo clube, o primeiro clássico a contar para o campeonato de Artur Jorge com o clube o Porto (quaisquer teses conspiratórias relacionadas com a ida de Artur Jorge para o Benfica merecem ser analisadas, mas ficarão para mais tarde) ou as três expulsões fruto de uma rivalidade que passava também pela pancada que se afligia aos adversários.

O Porto marcou primeiro. Ironia das ironias, por Iuran, jogador que marcou alguns golos na Luz, mas com a camisola do Benfica. O Benfica restabeleceu a igualdade, fruto de um longínquo tiro certeiro de Isaías. Pelo meio, as escaramuças habituais,com três expulsões, uma boa memória das batalhas que muitos clássicos entre Benfica e Porto proporcionaram. No Porto, os expulsos foram Iuran e Paulinho Santos, figura cimeira da violência perpetrada nestas partidas, com os duelos com João Pinto à cabeça, mas passando por Juskowiak. No Benfica, Hélder acabou o jogo mais cedo. O Porto teve mais expulsões que o Porto, o que suscitou a indignação do adjunto Augusto Inácio.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

1992/93 - Odivelas 1 - Salgueiros 0





Retorno à época 1992/93, mas recordando a Taça de Portugal. E não há melhor forma de evocar esta prova do que citar os tomba-gigantes que, invariavelmente, aparecem em todas as edições. Caso do Odivelas, que eliminou o Salgueiros. Este resumo vale quase como um retrato sociológico sobre a forma como os subúrbios lisboetas viviam os clubes das suas freguesias, com gente a assistir ao jogo em telhados de prédios, que decorriam em terra batida, com bancadas apinhadas de público. O Salgueiros seria batido graças a um golo de Paulo Vida, que iniciava no Odivelas a sua carreira de futebolista, que o levaria a quase 15 clubes diferentes, dois deles em França, numa regularidade extraordinária, já que andou boa parte da carreira em clubes do meio da tabela ou do grupo dos "aflitos".

domingo, 20 de abril de 2008

1999/00 - Porto 1 - Hertha de Berlim 0



Vídeo do utilizador jhbfuyvyt

Um golo solitário de Drulovic permitu ao Porto derrotar o Hertha de Berlim - onde pontificava um iraniano de bigode, que jogava no ataque, de nome Ali Daei - , em jogo da segunda fase de grupos da Champions League. Curiosamente, nesta edição da Champions League, o Porto seria eliminado por outra equipa alemã nos quartos-de-final, precisamente o Bayern de Munique.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

1992/93 - Boavista 1 - Vitória de Guimarães 3





Após mês e meio de actividade, primeira abordagem a jogos entre rivais. Não entre os três grandes, mas entre duas equipas que reclamam o estatuto de quatro maior equipa nacional, apesar de nos últimos anos andarem um pouco distantes uma da outra na tabela classificativa. O jogo desenrolou-se num ambiente bastante chuvoso, o que provocou situações caricatas, como bolas que ficam a meio caminho devido ao terreno empapado, a impossibilidade de ver algumas repetições em condições ou os deslizes pela relva aquando dos carrinhos.

O Vitória de Guimarães abriu o marcador por Tanta, defesa central brasileiro que marcou os aos 90 no clube. O Boavista respondeu, com um golo de Artur, jogador que veria mais tarde um remate ser parado pela lama. Um penálti, originado por um carrinho que foi longe demais devido à chuva, permitiu a Paulo Bento restabelecer a vantagem: 1-2 ao intervalo. Na segunda parte, uma falha de Alfredo permitiu a Dane fazer um chapéu ao guarda-redes oriundo das Caxinas. A raiva de um adepto boavisteiro mais afoito fez com que Marinho Peres tivesse necessidade de ser assistido, já que esse mesmo adepto atingiu o treinador vimaranense com um chapéu-de-chuva, que já havia servido para furar o banco de suplentes.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

1998/99 - Sporting 0 - Vitória de Setúbal 0





Naquele que seria o último ano de jejum de campeonatos em Alvalade, lá persistiam alguns dos erros que proporcionaram tão prolongado jejum, nomeadamente um treinador de qualidade duvidosa e as famosas crises de confiança. E foi num cenário de falta de confiança da equipa e dos adeptos que a equipa defrontou o Vitória de Setúbal, que terá montado uma táctica "pré-histórica", de acordo com o jornalista, com 9 na retranca e fé em Chiquinho Conde, curiosamente um atleta de Cristo. De todo este cenário de falta de inspiração leonina e de falta de arrojo dos sadinos, resultou um sensaborão 0-0, tendo os protagonistas sido o guarda-redes do Setúbal Marco Tábuas e Rui Jorge, expulso já no final do jogo.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

1992/93 - Gil Vicente 1 - Benfica 1



Não é injusto dizer que o Gil Vicente foi uma das equipas que marcou os anos 90 no futebol luso. As reduzidas dimensões do seu campo, que complicavam muito a vida aos adversários, e alguns nomes que se consagraram no desporto-rei nacional ajudam a conferir esse selo de qualidade e de saudade à equipa de Barcelos. Pegando apenas nas figuras da temporada 92/93, basta citar nomes como Cacioli (o Lombardo do campeonato nacional que já havia passeado classe por Famalicão e Braga e que acabaria a carreira já nos 40 anos nos distritais do Porto), Tuck (que dividiu milimetricamente a sua carreira entre o Gil Vicente e o Belenenses), Makopoloka Mangonga, e dois quebra-cabeças para as defesas contrárias, que protagonizavam na altura uma fugaz passagem por Barcelos: Marcelo e Ljubinko Drulovic.

Seria o próprio Drulovic, um reforço oriundo do FK Radnicki Jugopetrol Beograd, que se revelaria a mais perigosa seta gilista apontada à baliza do Benfica, clube que representaria 10 anos depois, mas sem o epíteto de seta, logicamente. Ao início do jogo, um golo marcado pelo sérvio fez as gentes de Barcelos vibrar de alegria. O Benfica só empataria o jogo na segunda parte, por Fernando Mendes, entrado ao intervalo, jogador que veria um golo anulado por suposto fora-de-jogo, uma decisão que o jornalista afiança ter sido correcta, apesar de não ter qualquer imagem que o possa assegurar.

Numa altura em que temos estádios topo de gama, não deixa de ter a sua piada ver a imagem do jogo perturbada por uns pequenos pilares na bancada, uma pequena imagem de marca do futebol luso que também se via noutros pontos do país.

terça-feira, 8 de abril de 2008

1992/93 - Belenenses 4 - Paços de Ferreira 1



Em mais uma soalheira tarde para os lados de Belém, os orientados de Abel Braga resolveram rapidamente a questão contra o Paços de Ferreira. Três golos em meia-hora. O primeiro marcado num livre, por Guto. O segundo marcado por Mauro Airez e o terceiro marcado por Gonçalves. Pelo meio, um penálti mal marcado, imediatamente a seguir à não marcação de um penálti que o deveria ter sido. Saber reconhecer o erro e dar a mão à palmatória é meritório, terá pensado o árbitro, homónimo do autarca da Covilhã. Depois de estar a ganhar por 3-0, a equipa de Belém abrandou, o que parece surpreender o jornalista que fez a reportagem. Não sou especialista em futebol, mas acho que o facto de estar a ganhar por três golos de vantagem ajuda a explicar a diminuição de intensidade. Bom, o que interessa é que o Paços de Ferreira aproveitou e reduziu para 3-1, pela então jovem esperança Tulipa. O resultado ficou fechado já na segunda parte, após Gonçalves ter bisado.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

1998/99 - Académica 2 - Boavista 3

Vídeo de utilizador TodosNoTube


Começava a desenhar-se, no final da década de 90, aquele que viria a ser chamado de "Boavistão", com o tal salto qualitativo que permitia à equipa passar do grupo dos "Europeus", para se intrometer no terreno dos três Grandes, ganhando fama pela forma aguerrida como jogavam, mas também por alguma pancada afligida aos adversários. Na temporada 1998/99, acabaram em segundo lugar, o que constituiu um aperitivo para o título que se seguiria, duas épocas depois.

Em Coimbra, contra a Académica - equipa que acabaria despromovida no final da época, quem sabe por punição pela publicidade enganosa relativa à "fama de equipa de estudantes", a não ser que atletas como Mounir, Abazaj ou Walber andassem por Coimbra a fazer as suas licenciaturas - o Boavista até começou a perder. Mickey, qual protagonista de filme de animação, abriu as hostilidades e marcou o 1-0. Mas eis que um tiro na gaveta de Timofte, já na segunda parte, repõe a igualdade, seguindo-se um golo de Ayew, ainda que em fora de jogo. Os "estudantes" ainda tiveram arte e engenho para empatar o jogo a dois golos, através de Gaúcho. Mas seriam os axadrezados a levar para casa a vitória, com uma recarga de Rogério após um livre apontado por Sanchez.

segunda-feira, 31 de março de 2008

1992/93 - Porto 3 - Farense 0

O Farense foi uma equipa que marcou o final da década de 80 do futebol português e boa parte da década de 90, a que não será alheio o comando técnico do catalão Paco Fortes. A primeira metade da década de 90 trouxe para a ribalta nomes como Pitico, Hajry, Hassan ou Rufai e era presença assídua nos lugares cimeiros da tabela, chegando a passar pelas competições europeias. Neste jogo nas Antas, as coisas não terão corrido pelo melhor. O Porto sem alguns titulares, como é referido pelo então adjunto Augusto Inácio, começa sem grande afinco mas lá vence por 3-0. António Carlos - jogador que estaria pouco tempo no clube, alegadamente por questões disciplinares - marcou o primeiro golo de livre. Na segunda parte, a equipa carrega um pouco mais no acelerador e marca mais dois golos: um por Kostadinov e outro por Semedo. Atente-se no último golo dos azuis-e-brancos e no facto de um jogador adversário estar durante toda a jogada estendido no relvado, junto à linha lateral. Falta de fair-play ou tempos em que atirar a bola para fora nestas situações ainda não era prática comum?

sexta-feira, 28 de março de 2008

1996/97 - Benfica 2 - Estrela da Amadora 0



O período entre o fim da época 95/96 e o início da temporada 96/97 - o chamado defeso - teve um grande motivo de agitação para os lados da Luz, com o anúncio de contratação de um grande ponta-de-lança. Falou-se em Jardel, falou-se no bósnio Meho Kodro, mas a escolha acabaria por recair em Martin Pringle, jogador que na Suécia acumulava a carreira de futebolista com a de carteiro e que, duas épocas antes, ainda jogava a defesa-central.

Esta partida, do início da temporada, tinha o aliciante de ser aquela em que este sueco se iria estrear. Efectivamente, a simulação para o primeiro golo do Benfica, marcado por João Pinto, acabaria por dar esperanças à massa adepta de que se estava perante um verdadeiro homem de área e não por alguém de que só nos lembramos agora, por ter um apelido semelhante ao de uma marca de batatas fritas. A segunda tese acabou por se afigurar a mais correcta. O marcador seria fechado por Donizete, jogador de boa técnica mas também com alguns problemas de adaptação e que sairia poucos meses depois de ingressar na Luz.

terça-feira, 25 de março de 2008

1992/93 - União da Madeira 2 - Vitória de Setúbal 1


Na semana em que o Vitória de Setúbal venceu a Taça da Liga, nada como voltar uns anos atrás e recuperar tempos em que o clube andava pela Segunda Liga, tentando regressar ao convívio dos grandes. Para isso, é fundamental invocar também um vulto do futebol português dos anos 90, a União da Madeira, clube que funcionava como uma verdadeira Torre de Babel numa altura em que apenas podiam jogar três ou quatro estrangeiros. Se é certo que a versão 92/93 do plantel da União da Madeira contava com uma presença anormal de portugueses - vá lá, uma meia dúzia deles - os trunfos da equipa vinham essencialmente do Brasil - Marco Aurélio, Manu ou Beto - ou da antiga Jugoslávia, casos de Lepi, Zivanovic ou Jovo. E seria esse mesmo Jovo, avançado sérvio que passeou classe durante 10 anos pelos relvados insulares, tanto na União como no Nacional, que marcaria os dois golos que dariam a vitória à sua equipa. Pelo meio, uma réstea de esperança para os sadinos, com um golo de Paulo Gomes.

Este jogo opôs dois adversários directos na luta pela subida. No final da época, ambos acabariam por subir à Primeira Liga.

sexta-feira, 21 de março de 2008

1994/95 - Vitória de Guimarães 3 - União de Leiria 0


Flashback (94/95) 3-0 à U. Leiria
Colocado por Flashback_VSC

Um blogue dedicado aos anos 90 do futebol nacional não pode deixar escapar um dos seus ícones em matéria jornalística. Não falo do monstro sagrado Gabriel Alves, mas antes de José Nicolau de Melo, que arrisco nunca ter conseguido entrar no mainstream porque tinha uma fortíssima concorrência, um pouco como o Benfica na primeira passagem de Camacho que só não foi campeão porque no Porto morava Mourinho.

Antes de José Nicolau de Melo (e mesmo depois dele) nunca alguém tinha ousado pronunciar o nome de dois antigos jogadores da antiga Jugoslávia que singraram no futebol português e que se tornariam por diversas vezes campeões no Porto. Falo de Drulovic e de Zahovic, cujos nomes eram pronunciados como Drulóvitch e Záhóvitch. A simples deslocação da sílaba tónica dá um cunho pessoal. E seria o esloveno a marcar o segundo golo dos vimaranenses com um remate de fora de área, não sem antes daro seu contributo no primeiro golo, da autoria de Pedro Barbosa, que durante anos alguns passeou pela Primeira Liga sem direito a apelido. Ricardo Lopes fechava a contagem contra a recém-promovida União de Leiria, com um golo de calcanhar que aproveita uma azelhice do guarda-redes adversário.

terça-feira, 18 de março de 2008

1992/93 - Sporting de Braga 2 - Boavista 1

Se é certo que, nos últimos anos, o Sporting de Braga tem estado mais nos lugares de topo do que o Boavista, tempos houve em que no Bessa a presença na UEFA era um dado adquirido, ao passo que os bracarenses tinham como objectivo a chamada "época tranquila", termo técnico para designar um lugar ali a meio da tabela precisamente para equipas do meio da tabela ou abaixo. Ainda assim, neste jogo os bracarenses lograram uma vitória sobre os axadrezados por 2-1.

A vitória começou a ser desenhada num golo de grande execução técnica de Forbs, brasileiro que passeava classe nos relvados nacionais por estas alturas, que soube usar os dois pés e inaugurar o marcador. O Boavista respondeu, com um golo digno de registo de Tavares, centro-campista esforçado e polivalente e que em tempos foi chamado de o "Paulinho Santos dos pobres" e que teve como momento-chave na carreira uma crise do foro intestinal em San Ciro, quando o Benfica foi jogar a Milão, na época em que na Luz parava um tal de Artur "o gajo foi lá posto pelo Pinto da Costa para dar cabo do Benfica" Jorge. E já que se fala no Porto, seriam dois futuros jogadores do clube a chave para a vitória do Braga: Folha foi uma "aposta ganha" e Secretário foi o autor do golo da equipa da casa.

sábado, 15 de março de 2008

1992/93 - Estoril 4 - Tirsense 0




No campo do histórico Estoril-Praia - clube da Linha de Cascais mas onde onde os topos eram bastante parecidos com as dos campeonatos distritais, ou seja, não tinham bancada, o que tornava mais fáceis os festejos dos "El Charroboys" - um duelo Estoril-Tirsense, com uma vitória bem folgada da equipa da casa. Para isso muito contribuiu o maroquino Bouderbala, com dois golos na meia-hora que esteve em campo. Sob a batuta de um Carlos "o gajo do milagre de Estugarda" Manuel, já em fim de carreira, o Estoril ainda marcou mais dois golos, por parte de Paulinho e de Duffort.

quarta-feira, 12 de março de 2008

1994/95 - Marítimo 1 - Aarau 0


Vídeo do utilizador sirMcDadA

Um primeiro vídeo para relatar feitos gloriosos no futebol luso, numa altura em que ainda existiam as famosas quartas-feiras europeias. A contar para a Taça UEFA 1994/95, o Marítimo recebe os dinamarqueses do Aarau e vence por 1-0, com um golo de Paulo Alves, jogador que chegou a ser considerado qualquer coisa como "the next big thing" da rara raça dos homens-golo. Ao ponto de ter sido uma das estrelas do seguinte defeso, por ser disputado por Benfica e Sporting, tendo o clube de Alvalade levado a melhor na disputa.

domingo, 9 de março de 2008

1992/93 - Sporting 4 - Vitória de Guimarães 1



Gabriel Alves, com recurso aos seus incisivos adjectivos, não engana: o Sporting massacrou o Vitória de Guimarães. As habituais figuras de estilo no seu discurso ajudam a dar uma ideia a quem não esteve nesta soalheira tarde em Alvalade: "bons índices de produtividade", "facilidade de articulação entre sectores"e "eficácia no último terço do terreno".

Numa altura em que o "Dream Team" sportinguista de meados da década de 90 começava a despontar, todos os sonhos eram possíveis. Como pensar que Filipe poderia ter sido um grande jogador. Foi esta velha esperança que marcou o primeiro golo e que enganou o árbitro, caindo de forma ridícula na grande área, proporcionando uma grande penalidade que Balakov não desperdiçou.

Aproveitando uma pequena fífia na defesa do Sporting, N'Dinga - jogador que ficou essencialmente conhecido por um caso de aldrabice no futebol nacional, envolvendo o seu nome - não fez caso e centrou para o golo de Basílio, que reduziu para 2-1.

Na segunda-parte, aquele que tinha sido, alguns meses atrás, o melhor marcador nos Jogos Olímpicos de 92, faz o 3-1, para gáudio de Gabriel Alves, confesso adepto das capacidades de Juskowiak. Jorge Cadete fechou o resultado. De esclarecer que ambos os jogadores surgiram naquela que é - na opinião do mesmo Gabriel Alves - a "área de rigor" ou "zona de tiro".

Entrevistas a Bobby Robson, que começava a dar os primeiros passos a uma abordagem sui generis das línguas portuguesa e inglesa, e de Marinho Peres, técnico que havia treinado o Sporting no passado.

quinta-feira, 6 de março de 2008

1992/93 - Salgueiros 2 - Paços de Ferreira 2



Este blogue, sendo dedicado aos anos 90 do futebol luso, teria que ter, entre os seus primeiros posts, uma referência ao Estádio Vidal Pinheiro, do Sport Comércio e Salgueiros, clube que bateu o pé aos Grandes por diversas vezes durante a última década, contando até com uma presença na Taça UEFA em 1991 (que não será esquecida). Foi também por lá que o Sporting acabou com um jejum de 19 anos, ao sagrar-se campeão nacional.

A jogar à retranca - opção relativamente comum por parte de muitas equipas, durante estes anos - e num terreno "pesado" - lá está, outra situação comum nesta altura, uma herança que ainda faz mossa nos dias de hoje - o Paços de Ferreira chegou à vantagem, com golos de Julian e João Batista. Pensava-se que seria uma tarde infernal para os lados de Paranhos e o Professor Neca já estaria a contar com os dois pontos da vitória. Mas eis que as mudanças tácticas de Filipovic surtiram efeito, com a entrada de Sá Pinto (que começava a despontar para o futebol português, mas ainda sem bater nos treinadores, talento que se lhe conheceria mais tarde) e Rui Neves. Este último reduziu para 1-2 e Djoincevic restabelecia o empate.

terça-feira, 4 de março de 2008

1992/93 - Boavista 1 - Porto 0



Num terreno impróprio para a prática do futebol, o principal dérbi da cidade do Porto. O facto de o terreno estar completamente empapado devido à chuva e, por inerência, as equipas terem necessidade de jogar o chamado "pontapé para a frente" típico do futebol britânico fez deste desafio uma espécie de Falkirk - East Stirlingshire F.C, ou seja, um grande dérbi da cidade de Falkirk. Apesar das jogadas protagonizadas por Kostadinov (que até falhou um golo de baliza aberta), o Boavista foi mais feliz, graças a uma grande arrancada de Artur - que, curiosamente, rumaria três épocas depois às Antas - que serviu Marlon Brandão para um golo fácil.

Entrevista final de Manuel José.

domingo, 2 de março de 2008

1992/93 - Benfica 3 - Chaves 1



40 mil espectadores no Estádio da Luz. Hoje, seria uma boa casa. Na altura, um terço da lotação, o que talvez fosse um espectáculo um pouco desolador. Na típica jogada a apanhar o adversário distraído, o Chaves marca por um tal de Saavedra. Fosse nos tempos de hoje, seria uma tarefa hercúlea virar o resultado, mas a coisa lá se foi compondo. Conhecido pela média de 1 golo em cada 10 remates, Isaías empata o jogo. Schwarz meteu a bola pelo buraco da agulha e dá vantagem ao Benfica, que é ampliada por Hélder. Este, a par de Paulo Madeira e Rui Costa, foi um dos três jogadores que acabaria por regressar anos depois à Luz.

Introdução ao estudo dos anos 90 do futebol português

As mudanças

Os anos 90 no futebol luso foram particularmente interessantes, não tanto por grandes feitos (à excepção da vitória dos juniores no mundial de 1991 e ao "penta" do Porto), mas pelas mudanças e tendências que se começaram a desenhar: a queda do Benfica - que começou a década campeão e a disputar uma final da Taça dos Campeões com o AC Milan e que a acabou nos terceiros lugares e a sofrer uma histórica goleada em Vigo - ; o acentuar do domínio do Porto que culminou com o inédito pentacampeonato; a segunda metade da travessia no deserto do Sporting rumo ao título; o crescimento do Boavista que acabaria campeão em 2001; o surgimento de fenómenos como o Leça, o Alverca, o Campomaiorense ou o Felgueiras; a afirmação de boas equipas, que acabariam com um fim trágico, como o Salgueiros e o Farense.

Os plantéis

A meio da década, um tal de Jean-Marc Bosman provocou sem querer uma revolução que afectou inevitavelmente o futebol português: de equipas onde jogavam quase todos os grandes valores nacionais e apenas dois ou três estrangeiros, passou-se para uma enxurrada de jogadores das mais diversas nacionalidades enquanto os valores nacionais começavam a sair rumo a outras ligas.

Os jogadores

Ao nível dos seus mais importantes protagonistas, os anos 90 assistiram ao aparecimento de grandes valores, como Figo, João Pinto, Rui Costa ou Fernando Couto e, numa segunda fase, Nuno Gomes, Sérgio Conceição ou Jorge Andrade. Surgiram também grandes promessas, que rapidamente receberam o rótulo de promessas adiadas, como Peixe, Filipe, Dani, Hugo Leal ou Porfírio. Outros vindos de fora fizeram história: Valckx, Balakov, Jardel, Poborsky, Deco ou Aloísio.

Treinadores

Não houve nenhum fenómeno Pedroto ou Mourinho na década de 90, mas houve treinadores que deixaram a sua marca. Bobby Robson saiu inexplicavelmente do Sporting para o Porto para ganhar dois títulos de campeão e uma Taça, precisamente os títulos conseguidos por António Oliveira no mesmo clube após sair da selecção nacional, em 96. Carlos Queiroz tornou-se seleccionador nacional e foi para o Sporting onde ganhou uma Taça. Manuel José consolidou o Boavista como o quarto grande, um trabalho prosseguido pelo então jovem treinador Jaime Pacheco, depois de uma passagem pelo Vitória de Guimarães. Fernando Santos começa uma carreira de treinador no Estoril e, em meia dúzia de anos, torna-se treinador do Porto, onde consegue o pentacampeonato. Toni sucede a Sven-Goran Eriksson, conseguindo uma Taça em 1993 e um campeonato no ano seguinte.

Os presidentes

À estabilidade directiva no Porto, contrunham-se as sucessivas mudanças no Benfica (quatro presidentes no espaço de 10 anos) e no Sporting (três presidentes). O Boavista assistiu a uma sucessão dinástica, em que João Loureiro sucede ao pai Valentim Loureiro. Pimenta Machado marcou também uma época no Vitória de Guimarães.

Lá fora

No futebol internacional, apenas o Benfica conseguiu chegar a uma final europeia, perdendo a Taça dos Campeões Europeus em 1990. Em 1993/94, esteve perto de outra final, ao perder as meias-finais da Taça das Taças com o Parma. Tal como o Sporting, que foi eliminado pelo Inter de Milão em 1991 nas meias-finais. Um jejum de 10 anos, em matéria de participação em grandes provas de selecções, foi interrompido em 1996, com a participação num Europeu, situação repetida em 2000, tendo sido alcançados, respectivamente, os quartos-de-final e as meias-finais da competição.

Transmissões televisivas

De um jogo semanal transmitido pela TV2 no início da década, sem direito a transmissão de clássicos e de parte dos grandes jogos europeus, o público do futebol passou a aceder, 10 anos depois, à transmissão de jogos em sistema pay-per-view na Sport TV. Pelo meio, o surgimento de televisões privadas, onde ocorreu um reforço da oferta de futebol, com a transmissão de clássicos na recém-chegada SIC a causar grande furor. Esta progressiva subida na oferta televisiva, aliada às mudanças nos horários e ao fim dos jogos às 3 da tarde, acabou por motivar uma redução do público dos estádios.

Os casos

A década começa com notícias de desacatos protagonizados pelo conhecido “Guarda Abel” aquando das visitas do Benfica às Antas, nomeadamente ao então presidente João Santos. Benfica que teve, anos mais tarde, uma grave crise financeira – o chamado “Verão Quente” em 1993 – que culminou com a saída de Paulo Sousa e Pacheco rumo ao Sporting. A meio da década, os dois principais campeonatos saem esfera da Federação Portuguesa de Futebol para a Liga de Clubes. O caso de corrupção conhecido como o caso José Guímaro culmina com a descida de divisão do Leça. A morte de adeptos do Sporting, num jogo contra o Porto em que dois adeptos morrem ao cair de um gradeamento e na final da Taça em que um adepto morre após ser atingido por um “very light” vindo da claque do Benfica, suscita grandes discussões em torno do papel das claques. A notícia da SIC em torno da presença de prostitutas brasileiras num estágio da selecção quando esta era orientada por António Oliveira – o chamado “Caso Paula” - torna-se num “case study” do jornalismo português.

Grandes provas

A década começou com a realização de um Mundial de juniores, vencido pela equipa onde alinhavam Rui Costa, Fernando Couto e João Pinto, na final do Estádio da Luz. O final da década ficou também marcado pelo concurso para o Euro 2004, que Portugal venceu em 1999. Uma prova que acabaria por ditar o fim de estádios emblemáticos, como o Estádio de Alvalade, da Luz, das Antes ou o 1º de Maio.

Nacional Maior

Quem tenha uma memória apurada para as coisas do futebol talvez se recorde do jornalista desportista Ribeiro Cristóvão da Rádio Renascença. Para além da sua voz a anunciar a «frente desportiva» ou a «bola branca», foi ele o percursor da expressão «Nacional Maior», para se referir à nossa Primeira divisão ou Primeira Liga.

E é em homenagem ao nosso campeonato nacional de futebol, numa altura em que a prova não era patrocinada por casas de apostas sediadas em Gibraltar, que este blogue assume o nome de Nacional Maior. Tal como os cruzamentos de Caccioli para Mangonga na equipa do Gil Vicente ou os golos de Constantino ao serviço do Leça, também é justo recordar as boas referências jornalísticas ao nosso campeonato.