quinta-feira, 27 de novembro de 2008

1992/93 - Ovarense 0 - Rio Ave 3



Adeptos mais atentos ao fenómeno desportivo dos anos 90 certamente se recordarão que a Ovarense foi um clube de grande dimensão naquela década mas noutro desporto que não o futebol, traduzindo esse fenómeno sui generis da relevância do basquetebol no distrito de Aveiro. Sendo assim, não será de admirar que o clube da cidade de Ovar mais não tenha almejado que uma Liga de Honra, sendo uma espécie de parente pobre de um basquetebol que - esse sim - lançou para a ribalta um topónimo também conhecido pelo seu Carnaval.

O Rio Ave, um dos muitos clubes protagonistas da saga vivida pelos clubes da Liga de Honra a quem calha em sorte muitas vezes juntar-se aos grandes do Desporto-Rei, pode ao menos gabar-se de ser um clube que espalhou classe ao nível de relvados porventura menos mediáticos mas onde o futebol não seria inferior ao de outros palcos da Primeira Liga. Prova disso é esta vitória no campo do Ovarense em plena época 1992/93. Um categórico 3-0, com golos de Emanuel, Gama - que então cumpria a primeira temporada de uma longa saga que durou 14 épocas ao serviço dos vilacondenses - e Miguel Barros.

domingo, 23 de novembro de 2008

1993/94 - União da Madeira 0 - Porto 2



Antes da lei Bosman, que permitiu abriu as portas de saída dos bons jogadores portugueses para o estrangeiro e as de entrada para futebolistas das mais diversas nacionalidades, já o União da Madeira conseguia dar a volta ao texto e criar plantéis onde rareavam portugueses. O esquema envolvendo casamentos por conveniência, de modo a conferir a dupla nacionalidade a alguns destes jogadores, acabou por vir a público e o que é certo é que o União da Madeira acabaria por ser a antecâmara dos futuros plantéis do nosso campeonato. Ainda assim, nesta temporada 1993/94, a equipa albergava alguns valores importantes, como Marco Aurélio, Jokanovic ou Simic. Valores, no entanto, insuficientes para fazer face ao Porto, que ganhou por 2-0, com golos de Drulovic e de Secretário, este primorosamente assistido por Timofte.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

1991/92 - Arsenal 1 - Benfica 3




A vitória por 3-1 no campo do Arsenal foi um dos poucos momentos épicos protagonizados pelo Benfica nos anos 90. Num estádio com um charme particular - apesar de pertencer a um dos grandes nomes do futebol europeu, sempre pareceu remeter mais para o imaginário de um Luton Town ou Burnley - o Benfica começou a perder, mas soube dar a volta ao texto, com dois golos de Isaías e um de Kulkov. E estes jogos, ainda relativamente presentes no imaginário encarnado, que vêm à memória (ou os jornais desportivos encarregam-se disso) sempre que o Benfica vai jogar aos campos ingleses. Esta vitória deu o passaporte para a fase de grupos da então embrionária Liga dos Campeões.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

1992/93 - Tirsense 2 - Sporting de Braga 1



Pressão para os lados de Santo Tirso antes da recepção ao Sporting de Braga. Os dois pontos teriam de ficar em casa e os comandados de Rodolfo Reis tinham essa percepção. Dois golos na primeira parte, da autoria de Tozé e de Caetano - que até dedicou o golo ao mister - deram uma boa vantagem para o resto do jogo. E nem o golo de Toni, um habitué nestas andanças de golos neste blogue, alterou o rumo dos acontecimentos.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

1994/95 - Olivais e Moscavide 1 - Sporting 6



Via utilizador scpmemoria

Em praticamente todas as épocas há sempre um tomba-gigantes na Taça de Portugal, ou seja, o clube das divisões secundárias que inverte a lógica do futebol e elimina uma equipa com um orçamento 5, 10 ou 20 vezes maior. Os anos 90 conheceram fenómenos interessantes, como o Torrense ou os Dragões Sandinenses, mas em 1994/95 o epíteto de tomba-gigantes ficou associado ao Olivais e Moscavide, que eliminou o Sporting de Braga em pleno Campo Alfredo Marques Augusto.

Como recompensa, o Olivais e Moscavide teria direito a receber no seu reduto o Sporting. A nobre vila às portas de Lisboa engalanou-se. Basta citar que a bancada atrás da baliza à esquerda foi montada expressamente para o efeito, aumentando a receita de bilheteira e evitando os pouco estéticos estabelecimentos de venda de sandes de couratos, bifanas e cerveja, um panorama que não desapareceu entretanto. Nunca fiando, Carlos Queiroz não arriscou e manteve a maioria dos nomes sonantes na equipa inicial. O resultado final foi um contundente 6-1, com o golo dos anfitriões a ser marcado por Sequeira, centro-campista então emprestado pelo Estrela da Amadora e que já havia marcado contra o Sporting de Braga. Este jogo teve também o condão de levantar maiores expectativas sobre o jovem Dani, de quem se dizia ser a next big thing do futebol português, mas cuja fama da playoby lhe arruinaria a carreira de futebolista em detrimento de outros prazeres da vida. Sem que Dani tivesse marcado algum golo, foi um bis de Figo, um hattrick de Capucho e um golo de Vujacic a engrossarem as contas da vitória leonina em Moscavide.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

1992/93 - Salgueiros 2- Sporting de Espinho 1



A história recente de Salgueiros e Sporting de Espinho é conhecida. O primeiro rivalizou muitos anos com o Boavista pelo estatuto de segundo maior clube do Porto e acabou nos escalões inferiores, sem equipa de séniores e vendo o antigo rival atingir grandes vôos. O Sporting de Espinho não chegou a estar tão nos píncaros quanto o Salgueiros e teve modestas passagens pelo Campeonato Nacional na década de 90. Assim sendo, não deixa de ser curioso ver um Vidal Pinheiro cheio para este jogo, que acabou com um 2-1 para os anfitriões, mercê de golos de Leão - um dos ex-Salgueiros que chegou a ingressar no Sporting, como Sá Pinto, Pedrosa ou Renato, que até joga actualmente no Salgueiros 08 - e do trunfo lançado durante o jogo Draskovic. Pelo meio, Joel alimentou as esperanças do Espinho noutro resultado que não a derrota.

Uma curiosidade: no final da época acabariam separados por um ponto. O Salgueiros ficaria na primeira divisão. O Sporting de Espinho acabaria na Liga de Honra. Este jogo acabou por ter um peso relevante nas contas.

domingo, 2 de novembro de 2008

1996/97 - Rio Ave 0 - Benfica 1



Como qualquer equipa do Benfica pós-Artur Jorge na década de 90, também a da temporada 1996/97 trazia consigo uma grande dose de esperança face aos reforços, apesar de a maioria acabar por não trazer grandes acréscimos de qualidade. Bermudez vinha catalogado de novo patrão da defesa, para fazer dupla com Hélder, e o facto de ser titular da selecção da Colômbia. Apesar de não ter convencido em Portugal - afinal de contas, quantos jogadores que passaram pelo Benfica na segunda metade da década de 90 podem dizer que o fizeram? - conseguiu uma carreira interessante na América Latina. Este golo frente ao Rio Ave foi um dos seus bons momentos de águia ao peito.